sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Da África para o Brasil



Tráfico de escravos para o Brasil

O tráfico negreiro no Brasil perdurou do século XVI ao XIX. Nosso país recebeu a maior parte de africanos escravizados no período (quase 40% do total) e foi a nação da América a mais tardar a abolição do cativeiro (1888). Era uma atividade lucrativa e praticada pelos portugueses antes do descobrimento do Brasil.

As embarcações utilizadas para o transporte desses escravos da África para o Brasil eram as mesmas anteriormente usadas para o transporte de mercadorias da Índia. Assim, podemos levantar dúvidas sobre o estado de conservação e a segurança dos navios negreiros.

No início desse “comércio” eram utilizadas para o tráfico negreiro  desde as charruas até as caravelas, com arqueações que variavam entre 100 e 1000 toneladas. Mas com o passar do tempo os navios negreiros começaram a ser escolhidos com mais especificidade, indo de naus com apenas uma cobertura (os escravos eram transportados sem distinção nos porões) a naus com três coberturas (separando-se homens, mulheres, crianças e mulheres grávidas). Àquela época, esses navios eram apelidados de “tumbeiros”, pois devido às condições precárias muitos escravos morriam. Os negros que não sobreviviam à viagem tinham seus corpos jogados ao mar.

Os negros que aqui chegavam pertenciam, grosso modo, a dois grupos étnicos: os bantos, vindos do Congo, da Angola e de Moçambique (distribuídos em Pernambuco, Minas Gerais e no Rio de Janeiro) e os sudaneses, da Nigéria, Daomé e Costa do Marfim (cuja mão-de-obra era utilizada no Nordeste, principalmente na Bahia).

A saudade da terra natal (banzo) e o descontentamento com as condições de vidas impostas eram a principal razão das fugas, revoltas e até mesmo dos suicídio dos escravos. A “rebeldia” era punida pelos feitores com torturas que variavam entre chicotadas, privação de alimento e bebida e o “tronco”. Durante essas punições, os negros tinham seus ferimentos salgados para provocar mais dor.

O motivo para o início do tráfico negreiro no Brasil foi a produção de cana-de-açúcar. Os escravos eram utilizados como mão-de-obra no Nordeste. Comercializados, escravos jovens e saudáveis eram vendidos pelo dobro do preço de escravos mais velhos ou de saúde frágil. Vistos como um bem material, eles podiam ser trocados, leiloados ou vendidos em caso de necessidade.

O Tráfico Negreiro foi extinto pela Lei Eusébio de Queirós, em 1850. A escravidão no Brasil, no entanto, somente teve fim em 1888, com a Lei Áurea.

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