sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Significado das Cruzadas na Europa medieval


Significado das Cruzadas na Europa medieval
As cruzadas foram tropas ocidentais enviadas à Palestina para recuperarem a liberdade de acesso dos cristãos à Jerusalém. A guerra pela Terra Santa, que durou do século XI ao XIV, foi iniciada logo após o domínio dos turcos seljúcidas sobre esta região considerada sagrada para os cristãos. Após domínio da região, os turcos passaram impedir ferozmente a peregrinação dos europeus, através da captura e do assassinato de muitos peregrinos que visitavam o local unicamente pela fé.

Organização

Em 1095, Urbano II, em oposição a este impedimento, convocou um grande número de fiéis para lutarem pela causa. Muitos camponeses foram a combate pela promessa de que receberiam reconhecimento espiritual e recompensas da Igreja; contudo, esta primeira batalha fracassou e muitos perderam suas vidas em combate.

Após a Primeira Cruzada foi criada a Ordem dos Cavaleiros Templários que tiveram importante participação militar nos combates das seguintes Cruzadas.

Após a derrota na 1ª Cruzada, outro exército ocidental, comandado pelos franceses, invadiu o oriente para lutar pela mesma causa. Seus soldados usavam, como emblema, o sinal da cruz costurado sobre seus uniformes de batalha. Sob liderança de Godofredo de Bulhão, estes guerreiros massacraram os turcos durante o combate e tomaram Jerusalém, permitindo novamente livre para acesso aos peregrinos.

Outros confrontos deste tipo ocorreram, porém, somente a sexta edição (1228-1229) ocorreu de forma pacífica. As demais serviram somente para prejudicar o relacionamento religioso entre ocidente e oriente. A relação dos dois continentes ficava cada vez mais desgastada devido à violência e a ambição desenfreada que havia tomado conta dos cruzados, e, sobre isso, o clero católico nada podia fazer para controlar a situação.

Embora não tenham sido bem sucedidas, a ponto de até crianças terem feito parte e morrido por este tipo de luta, estes combates atraíram grandes reis como Ricardo I, também chamado de Ricardo Coração de Leão, e Luís IX. Elas proporcionaram também o renascimento do comércio na Europa. Muitos cavaleiros, ao retornarem do Oriente, saqueavam cidades e montavam pequenas feiras nas rotas comerciais. Houve, portanto, um importante reaquecimento da economia no Ocidente. Estes guerreiros inseriram também novos conhecimentos, originários do Oriente, na Europa, através da influente sabedoria dos sarracenos.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Debret - Um artista a serviço da Corte portuguesa no Brasil


Debret – Um artista a serviço da Corte portuguesa na História do Brasil Império
Jean-Baptiste Debret nasceu na cidade de Paris na França em 18 de Abril de 1768 onde, iniciou sua vida profissional, sob a influência de Jacques-Louis David. Integrando a Missão chefiada por Lebreton, ficou no Brasil entre 1816 e 1831, dedicando-se à pintura e ao magistério artístico.

Em suas telas retratou não apenas a paisagem, mas sobretudo a sociedade brasileira, não esquecendo de destacar a forte presença dos escravos. Foi iniciativa sua a realização da primeira exposição de arte no país, em 1829. Debret voltou a Paris e assim faleceu ao dia 11 de junho de 1848.

Jean-Baptiste Debret começou seus estudos de arte acompanhando o chefe da escola neoclássica francesa, o pintor Jacques-Louis David, seu primo, em uma viagem a Roma, na época em que este último pintava a sua célebre tela o Juramento dos Horácios. Retornando da Itália, freqüentou a École de Beaux-Artes de Paris, mas, em decorrência da Revolução Francesa, afastou-se da pintura durante cinco anos.

Voltou à ativa, conquistando em 1798 um prêmio no Salon de Paris, no qual mais tarde exporia por diversas vezes. Em 1816, foi convidado por Joaquim Lebreton para integrar a chamada Missão Artística Francesa, que aportou no Rio de Janeiro, então sede da corte portuguesa, aqui instalada em 1808 com a vinda de Dom João VI e da família real.

No tempo em que morou no Brasil, Debret participou da fundação da Academia Imperial de Belas Artes (AIBA), realizou retratos da família Imperial, instalou uma escola particular de pintura e foi o responsável pelo primeiro salão de arte brasileiro, realizado em 1829. Com toda essa atividade, não é de se admirar que tenha se exposto à hostilidade dos artistas portugueses que então disputavam com os franceses o controle do sistema de ensino artístico no Rio de Janeiro.

Com o grande projeto Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, Debret revela sua profunda relação pessoal e emocional, adquirida em sua permanência no Brasil por 15 anos. Em 1831 o pintor solicitou licença ao Conselho da Regência para retornar à França, alegando problemas de saúde. Dois motivos o levaram a tomar tal atitude: primeiro para juntar-se a sua família e segundo, tão importante para o artista quanto o primeiro, era organizar o primeiro volume de sua obra Viagem pitoresca e histórica ao Brasil.

A Corte portuguesa aceitou tal solicitação, no entanto, condicionou-a a um retorno do artista para o "novo mundo", fato que não ocorreu, Debret deixou o Brasil em 1831 para nunca mais voltar. Mas, o artista francês jamais deixou se desvencilhar das terras brasileiras, estando profundamente envolvido por meio de sua obra, até o fim de seus dias ocorrido em 1848.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

7 de setembro: Que independência é esta?


Historiador evidencia necessidade de resignificar conceito e contexto de um dos períodos históricos mais marcantes do País

Gritos, euforia, sentimento nacionalista e plena liberdade. Será que a nação conquistou sua autonomia no dia 7 de setembro de 1822? A tão sonhada independência do Brasil aconteceu nesse dia e pretendeu levar milhões de brasileiros ao destino da liberdade de expressão, bem como ao desprendimento de uma escravidão desenfreada e dependência socioeconômica. O dia da independência foi baseado no esteio político, por meio do qual D. Pedro I posicionou-se às margens do riacho do Ipiranga, em São Paulo, e, em seu tom mais ufano, exclamou ‘Independência ou Morte!’.
Em entrevista concedida à Gazetaweb, o professor de História Gustavo Pessoa, graduado pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), explicou a respeito do contexto da independência, no qual todos os Países da América foram colônias no século XIX. O Brasil era a única colônia portuguesa. Durante o período inicial, segundo Gustavo, houve a implantação de um modelo econômico para viabilizar a produção açucareira, denominado Plantation, fundamentado no latifúndio e na monocultura. “Foi justamente este sistema social e econômico, aliado à escravidão, à monocultura agroexportadora e ao latifúndio, que permaneceu, mesmo após a independência do País”, afirmou.
O professor explanou que a independência viria à tona, mais dia ou menos dia, uma vez que já havia uma cultura nacionalista enraizada nos brasileiros, como também, fatores ligados à religião e à língua. “D. Pedro seria coroado Imperador para servir como instrumento político, pois asseguraria, exclusivamente, os interesses das elites”. A nação brasileira, de acordo com Pessoa, foi uma das últimas a proclamar a independência - os EUA colocaram-se em primeiro lugar, em 1776.
“A partir da independência, não se registrava nenhum progresso de ordem econômica importante. Era o momento em que saíamos de uma esfera de influência portuguesa e entrávamos na inglesa, que deteria o monopólio de comércio no Brasil. Muitas coisas mudaram, também, com esse dia. Nós somos, hoje, uma das grandes potências industrializadas do mundo” - emendou Gustavo.
Quando questionado acerca de um Brasil independente, o historiador alegou que são necessários investimentos em recursos humanos, e, principalmente, na educação. “Precisamos de governantes que estejam dispostos a enfrentar fases coloniais que ainda persistem, como favelização, marginalidade, a desvalorização do negro e a falta de inclusão social”.
Didática do educador
Gustavo Pessoa afirmou que, no período antecedente à década de 80, o ensino voltado aos alunos baseava-se em uma mera assimilação do que ocorreu no dia 7 de setembro de 1822. “Antigamente, os professores introjetavam o acontecimento na mente dos alunos e não se produzia uma reflexão sobre isso. De 85 para cá, já se vê uma crítica por parte dos educadores e estudantes quanto a esta independência falseada. Vários lados da história são mostrados” – revelou.
Perda de tradição
Com relação aos desfiles, o educador relacionou a tradição antiga ao tempo atual, onde não se observa mais a efetiva participação de estudantes de escolas públicas e particulares percorrendo as avenidas da capital, com suas fanfarras e agitações ufanistas. “As caminhadas perderam o apelo popular. Eu me recordo, no interior da Bahia, dos desfiles que tomavam conta das ruas; vivenciava-se um momento de entusiasmo. Hoje, muitos movimentos sociais, como o MST [Movimento dos Sem-terra] e a CPT [Comissão Pastoral da Terra] utilizam essa data para promover outra forma de discussão, a exemplo do grito dos excluídos. A tendência é que essa comemoração mude cada vez mais de figura” – concluiu.

Fonte:
http://www.gazetaweb.com/ acesso em 07/09/2010

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A Independência dos EUA e a Revoluão Francesa


Trago hoje um post bem interessante onde relaciono a Independência dos EUA e a Revolução Francesa confira...

Quando adentramos o processo de constituição dos governos liberais e a crise do absolutismo, costumamos compreender que a participação francesa na emancipação das Treze Colônias teve grande importância na deflagração da Revolução Francesa de 1789. Geralmente, o elo entre as duas experiências históricas se explica pelo fato da França participar das Guerras de Independência dos Estados Unidos com o envio de tropas que lutaram em defesa dos colonos norte-americanos.

No entanto, seria satisfatório dizer que os soldados franceses teriam carregado de volta à sua terra natal o sentimento de autonomia que inspirou as Treze Colônias a lutarem contra a opressão inglesa? Apesar de não ser falsa, essa premissa não contempla o fato de que o século XVIII assistia a disseminação do ideário iluminista, que motivou a luta de várias nações contra a ação de regimes monárquicos ou contrários ao mecanismo de representação política.

Para que a proximidade ideológica entre as duas experiências históricas seja melhor desenvolvida, sugerimos a exposição de dois documentos que podem assinalar, de maneira bem clara, como o projeto político francês e o norte-americano se assemelhavam. Como sugestão, recomendamos o trabalho com a “Declaração de Independência dos Estados Unidos da América” (1776) e a “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” (1789).

No primeiro documento, temos a seguinte assertiva sobre o ideal de igualdade e o funcionamento das instituições políticas:

“São verdades incontestáveis para nós; todos os homens nascem iguais; o Criador lhes conferiu certos direitos inalienáveis, entre os quais os de vida, o de liberdade e o de buscar a felicidade; para assegurar esses direitos se constituíram homens-governo cujos poderes justos emanam do consentimento dos governados; sempre que qualquer forma de governo tenda a destruir esses fins, assiste ao povo o direito de mudá-la ou aboli-la”

Em contrapartida, o documento francês aborda a relação do indivíduo com o Estado da seguinte forma:

“A lei é a expressão da vontade geral; todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente ou por seus representantes, à sua formação; ela deve ser a mesma para todos, seja protegendo, seja punindo. Todos os cidadãos, sendo iguais a seus olhos, são igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo sua capacidade e sem outras distinções que as de suas virtudes e de seus talentos.”

Por meio desses dois trechos, a semelhança ideológica desses processos históricos fica mais clara. A ideia de que as instituições políticas têm origem humana e devem ser moldadas de acordo com o interesse daqueles que são controlados por elas fica evidenciada. Além disso, o imprescindível respeito à vontade dos governados também convive com o ideal de que um governo só poderia ser legítimo no momento em que garantia a felicidade daqueles que representava.

Dessa forma, a visão simplista de que os soldados franceses apenas transferiram o projeto político norte-americano para sua terra natal acaba sendo resolvido. Ao mesmo tempo, podemos conferir, por meio da própria leitura da documentação histórica existente, como se delineava as visões políticas dos participantes de cada uma dessas experiências históricas do século XVIII.