sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Uma Análise da História

História Geral

A historiografia tradicional costuma utilizar cronologia, fatos, nomes de heróis, batalhas e outros eventos como os fundamentos de uma História que é incapaz de penetrar na essência da sociedade humana.

Há uma outra abordagem mais preocupada com as transformações que se operam no processo histórico, em particular nas estruturas da sociedade. Nesse caso, os fatos datados e localizados são a matéria-prima da História, mas não se esgotam em si mesmos. É essa História Nova, com novas abordagens, novos métodos e novos objetos que os examinadores estão utilizando nos vestibulares.

Periodização
A periodização clássica da História considera como marcos cronológicos:
IDADE ANTIGA – do aparecimento da escrita e das primeiras civilizações por volta de 4000 a.C. até a queda de Roma em 476 d.C.
IDADE MÉDIA – da queda de Roma até a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453.
IDADE MODERNA – da queda de Constantinopla até a tomada da Bastilha em 1789.
IDADE CONTEMPORÂNEA – da tomada da Bastilha aos dias atuais.

Os Processos Históricos

O Sistema Asiático
Uma análise sistêmica das civilizações orientais, destacando o Egito, Mesopotâmia, Índia e China, demonstra que os povos do Oriente Próximo, do Oriente Médio e do Extremo Oriente desconheciam a noção de propriedade privada. Por isso, a terra e os escravos pertenciam ao Estado e aos templos. Assim, a economia era estática, a sociedade de tipo estamental, o poder político despótico-teocrático, a religião politeísta e a cultura pragmática. Nesse sistema, os hebreus e os fenícios são exceções do ponto de vista econômico, político e religioso.

O Sistema Escravista
No escravismo antigo, a noção de propriedade privada já se notabilizava e o escravo era considerado um objeto, um “instrumento falante”. A Grécia Antiga e a Roma Imperial inseriam-se no escravismo. No quadro da crise geral do escravismo romano, podemos localizar o nascimento do sistema feudal.

O Sistema Feudal
Caracterizado pelas relações servis de produção, o feudalismo europeu marcou a História Medieval por mais de mil anos. Nesse sistema, a economia era fechada – auto-suficiente, com produção para o consumo – e a sociedade, estamental, imóvel, polarizada entre senhores e servos. O poder político descentralizado e a cultura religiosa são decorrências da própria estrutura de produção. O imobilismo do feudalismo levou-o à destruição a partir das fugas dos servos e do nascimento de uma estrutura dinâmica, comercial, pré-capitalista.

Do Feudalismo ao Capitalismo“Por volta do século XII, com a desintegração do feudalismo, começa a surgir um novo sistema econômico, social e político: o capitalismo. A característica essencial do novo sistema é o fato de, nele, o trabalho ser assalariado e não servil, como no feudalismo. Outros elementos típicos do capitalismo: economia de mercado, trocas monetárias, grandes empresas e preocupação com o lucro.O capitalismo nasce da crise do sistema feudal e cresce com o desenvolvimento comercial, depois das Primeiras Cruzadas. Foi formando-se aos poucos, durante o período final da Idade Média, para finalmente dominar toda a Europa Ocidental a partir do século XVI. Mas foi somente depois da Revolução Industrial, iniciada no século XVIII na Inglaterra, que se estabeleceu o verdadeiro capitalismo.”

O Sistema Capitalista
A história do capitalismo começa a partir da crise do feudalismo, no final da Idade Média européia. Ao longo de muitos séculos, as estruturas capitalistas foram se organizando e a sociedade burguesa afirmando-se como tal. No século XVIII, o capital acumulado primitivamente foi investido na produção, consolidando o sistema por intermédio da Revolução Industrial. Nessa ocasião, as antigas colônias libertaram-se do pacto colonial, mas depois um novo colonialismo constituiu-se para atender às necessidades e superar as crises típicas do sistema. As disputas coloniais levaram o mundo capitalista às duas Guerras Mundiais, ao mesmo tempo em que, no interior do capitalismo, multiplicavam-se as células do socialismo.

O Sistema Socialista
Em meio às crises do capitalismo e às críticas dos ideólogos socialistas, particularmente Karl Marx e Friedrich Engels, foram surgindo os elementos que levaram à criação do primeiro Estado socialista da História, por meio da Revolução Bolchevista de outubro de 1917. Na atualidade, com o fim do socialismo soviético e de outros Estados socialistas, as esquerdas estão repensando o socialismo como ideologia. No campo capitalista, a tendência predominante é o neoliberalismo, que reduz a influência do Estado nas relações sociais, bem como seu papel na economia. Todavia, as recentes crises nos mercados capitalistas emergentes, com seus reflexos no Primeiro Mundo, também estão obrigando à revisão do modelo neoliberal.

ARRUDA, José Jobson. História Moderna e Contemporânea. São Paulo, Ática, 1982.

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