sexta-feira, 24 de junho de 2011

Um pouco da história da América

Compreensão do continente americano

O continente americano pode ser compreendido como um local marcado por duas histórias. A primeira delas, ainda pouco explorada, remete-se à compreensão da trajetória dos povos que habitaram e formaram as diversas civilizações e constituíram as primeiras civilizações no continente. A segunda tardia e ao mesmo tempo majoritária, fala de um local descoberto pelo espírito empreendedor dos europeus que “descobriram” as terras americanas no final do século XV.

A partir desse momento de encontro e conflito entre culturas – que ao longo do tempo envolveu europeus, índios e africanos – a identidade do continente americano tornou-se uma grande resposta sem conclusão. Vários projetos e movimentos intelectuais tentaram redigir uma proposta final capaz de trazer um espírito de comunhão ao tão extenso continente. Entre a europeização, o nativismo e a mestiçagem, os debates ainda tentam refletir a condição do americano e sua história.

O chamado “passado colonial” parece justificar diversas questões do presente. A subordinação sócio-econômica, a miséria, a violência e a corrupção são traços de uma perspectiva que traz a subordinação como condição constante nas diversas questões que envolvem o povo americano. No entanto, outros historiadores e filósofos procuram superar esse passado construído a partir de um olhar um pouco mais sensível à forma que conseguimos responder as nossas experiências e desafios.

Recentes pesquisas apontam o continente americano enquanto um espaço culturalmente híbrido. Em certa medida, formamos um caráter próprio de nossos hábitos e instituições. Sem amenizar os problemas enfrentados, essa nova corrente de compreensão histórica abandona a idéia sobre a presença de um “passado colonial” para pensar que o continente americano possui problemas e soluções elaborados de forma autônoma. Dessa forma, a América é um local único que não encerra sua dinâmica histórica na imitação do europeu civilizado ou na pureza do nativo libertado.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O Código de Hammurabi


O Código de Hamurabi empreendeu uma nova experiência na tradição jurídica mesopotâmica.

No processo de consolidação do Primeiro Império Babilônico (1800 – 1600 a.C.), observamos a trajetória que permitiu a civilização amorita subjugar uma grande parcela da população encontrada na Mesopotâmia. Entre os diversos reis que empreenderam a formação dessa estrutura política sólida e centralizada, destacamos o papel desempenhado por Hamurábi, monarca que comandou a Babilônia entre os séculos XVIII e XVII a.C.

Buscando garantir o exercício de seu poder no rico território mesopotâmico, esse monarca decidiu empreender uma reforma jurídica que fixou uma série de importantes transformações. Até o seu governo, as leis que regulamentavam os direitos e deveres dos babilônicos eram transmitidas por meio da oralidade. Ou seja, toda a lei que partia da autoridade real ou traçava as tradições jurídicas da população era repassada de boca em boca.

Muitas vezes, esse tipo de costume abria espaço para diversas contendas e modificações que poderiam ameaçar a estabilidade necessária a um regime controlado por um único indivíduo. Por isso, o rei Hamurabi ordenou a criação de um código de leis composto por aproximadamente 280 artigos devidamente registrados em um imenso monólito, que levava em seu topo um relevo com a imagem do próprio rei. Dessa forma, nascia um dos mais antigos códices de leis escrito em toda história humana.

Em linhas gerais, o Código de Hamurábi foi baseado na anterior Lei de Talião, que preconizava o princípio do “olho por olho, dente por dente”. Dessa forma, podemos perceber que, em diversos casos, as leis escritas por Hamurábi privilegiavam a adoção de uma pena similar ao tipo de crime realizado pelo seu infrator. No entanto, quando estavam envolvidos indivíduos originários de classes sociais distintas, essas penas poderiam ser bastante variadas.

Preocupado com a aplicação das leis em todo território dominado, Hamurábi teve o cuidado de produzir cópias do código que deveriam ser fixadas em diferentes regiões de seu império. Dessa forma, estabelecia um meio de homogeneizar as decisões jurídicas a serem adotadas e, ao mesmo tempo, garantia meios de legitimar sua própria autoridade. Mesmo com o fim do Império Babilônico, percebemos que diversas civilizações se inspiraram nesse importante legado jurídico para organizar seu próprio conjunto de leis.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Doenças na Idade Média


Na Idade Média morria-se de doenças e infecções que hoje são fáceis de curar. A esperança média de vida era de menos de quarenta anos e a taxa de mortalidade das crianças era muito elevada.

Em meados do século XIV, uma doença devastou a população européia. Historiadores calculam que aproximadamente um terço dos habitantes europeus morreu nesta época, seja pela doença, por guerras ou por fome.

A doença fazia parte da vida quotidiana. Para muitas enfermidades não havia tratamento, e os doentes aceitavam que tinham simplesmente que viver com elas. Uma dessas doenças era a lepra, uma doença infecciosa da pele. Os leprosos tinham que viver afastados, por causa do medo do contágio e havia leis que os proibiam de entrar nas cidades. Construíram-se casas (leprosarias ou gafarias) onde os leprosos podiam viver juntos, em geral longe das cidades.

Entre as doenças vulgares para as quais não havia cura contam-se o sarampo, a tuberculose, a desinteria, a difteria, a varíola e a escarlatina.

A mais temida das doenças era a peste bubónica, conhecida por peste negra. Chegou à Europa vinda do Oriente, e manifestou-se pela primeira vez em Itália em 1347. Espalhou-se rapidamente matando entre 20% a 40% da população européia.

Em Portugal, entre fins de Setembro e o Natal de 1348, a peste negra matou cerca de um terço da população. A peste era transmitida pelos ratos e pelas pulgas. Uma das razões da rápida propagação da peste nas cidades era a falta de higiene. Nesta época as pessoas viviam no meio de grande sujidade. O lixo das casas e oficinas era simplesmente atirado para a rua. Só no século XIX se compreendeu devidamente a importância da limpeza para a saúde.

Como os conhecimentos médicos eram pouco desenvolvidos, a morte era certa. Para complicar ainda mais a situação, muitos atribuíam a doença a fatores comportamentais, ambientais ou religiosos. Muitos fugiam para o meio rural com medo de serem infectados.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O papel da mulher na 1ª Guerra Mundial

A mulher e a guerra

A longa duração da primeira guerra mundial e a necessidade de mão-de-obra modificou as relações sociais, os costumes e o papel desempenhado pelas mulheres na sociedade, anunciando tempos de maior igualdade nas relações. À medida que os homens morriam nas trincheiras aos milhares as mulheres precisavam substitui-los.

Enquanto os homens lutavam nas trincheiras, as mulheres trabalhavam nas indústrias bélicas como empregadas. As mulheres não foram enfermeiras na Primeira Guerra Mundial, elas só foram trabalhar de enfermeiras na segunda guerra, elas trabalhavam nas indústrias bélicas como empregadas, enquanto os homens lutavam nas trincheiras!

A liberdade entre os sexos aumentara desapareceram as damas de companhia e também, a delicada ignorância e que eram mantidos os jovens de classe alta. As saias curtas e os sutiãs havia entrando na moda antes da guerra. Durante a guerra substituíram, de maneira total, os vestidos longos e corpetes.


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Feiras medievais


O significado das feiras na Idade Média européia

Após a decadência do Império Romano, as feiras medievais representaram o momento no qual ressurge o comércio na Europa, no final do século XI. A Europa saía do feudalismo, no qual as pessoas viviam em territórios limitados, onde produziam tudo o que precisavam, sendo que quando algo faltava, conseguiam-no através de trocas.

No entanto, as Cruzadas reabriram o caminho pelo mar Mediterrâneo e possibilitaram aos europeus um maior contato com o Oriente, de onde traziam mercadorias raras e exóticas (cravo, canela, pimenta, seda, porcelana), muito cobiçadas no Velho Continente. Neste momento, podemos falar no renascimento comercial, uma vez que essas mercadorias eram trazidas e fizeram com que o dinheiro, até então entesourado, retornasse a circulação.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Revolução Mexicana


Revolução Mexicana

Pode ser considerada a primeira a se desenvolver diretamente no contexto das contradições internas do Imperialismo que contou com a decisiva participação das massas trabalhadoras, tanto camponesas quanto operárias, unindo o sul rural e o norte semi-industrializado sob a mesma luta.

O processo de independência na América Hispânica, conforme salientado por vários estudiosos, não trouxe profundas transformações no antigo quadro colonial. No México, os traços eminentemente agrários e excludentes de sua economia ganharam maior força durante a ditadura estabelecida por Porfírio Diaz. Governando o México de 1876 e 1911, o chamado “porfiriato” teve como missão política maior preservar os privilégios da elite que abraçou o movimento de independência.

Nesse período, a sociedade mexicana era formada por maioria de analfabetos que somavam um total de 11 milhões de pessoas. Grande parte dessa massa desinformada e miserável era composta por indivíduos de origem indígena submetidos ao desmando legitimado dos grandes proprietários de terra. Nesse contexto, notaremos a formação de um movimento popular afastado dos grandes círculos de discussão ideológica e política, marcado por seu caráter popular e social.

Nos primeiros anos do século XX, camponeses começaram a se mobilizar em torno de um projetoreivindicatório que defendia maior acesso às terras. Nos centros urbanos, a oposição ao status quo se manifestava na ocorrência de greves operárias e críticas de jornal. Todo esse processo de oposição chegou ao ápice quando Porfírio Diaz anunciou sua renúncia, em 1911. Logo em seguida, defendendo a ampliação de direitos políticos, Francisco Madero foi eleito com um amplo apoio de uma população seduzida por promessas de reforma social e fim da exclusão social.

As expectativas de uma população asfixiada por todo esse processo de segregação cercaram a posse do novo presidente mexicano. Os camponeses já se mobilizavam em torno de uma reforma agrária, ampliação dos direitos e liberdades, e a valorização do elemento indígena na sociedade mexicana. Sobre o lema “terra e liberdade”, os trabalhadores rurais foram liderados por Emiliano Zapata – caudilho da região sul – e Pancho Villa, camponês pobre da parte meridional.

A administração de Madero, em pouco tempo, tornou-se sinônimo de frustração. A insatisfação camponesa se traduziu na intensificação das revoltas contra os latifúndios e ações de combate direto. Francisco Madero, fazendo jus à sua ação demasiadamente reformista, não apoiou a ação campesina e protegeu os grandes proprietários de terra. O potencial revolucionário logo alertou as potências industriais que, na época, adotavam ações intervencionistas no continente americano.

O andamento da revolução mexicana se intensificou quando Madero foi assassinado a mando do comandante do Exército Victoriano Huerta. O militar tentou arrefecer a onda revolucionária através da criação de um regime ditatorial. No entanto, as ações dos camponeses liderados por Zapata e Villa forçaram a queda do governo Huerta, em 1914. Um novo governo constitucional foi estabelecido com a eleição de Venustiano Carranza.

A revolução mexicana tomava força enquanto as elites agrárias tentavam reorganizar o cenário político nacional. No ano de 1917, uma nova carta constitucional foi criada, legitimando o governo Carranza. Os revolucionários não apoiaram o novo presidente e se mantiveram em situação de luta. No entanto, a morte de Emiliano Zapata, em 1919, e de Pancho Villa, em 1923, causou o desmembramento da classe subalterna mexicana, dando fim ao processo revolucionário.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

New Deal dá vida nova aos EUA


New Deal dá vida nova aos EUA

A crise do liberalismo econômico abriu portas para a reformulação das práticas capitalistas e a relação das mesmas com o poder de intervenção que o Estado tem sobre a economia. O crash da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, colocou em xeque os princípios do liberalismo clássico ao deflagrar uma das maiores crises presenciadas na
história do capitalismo.

No liberalismo clássico pregava-se o ideal de que a economia seria um organismo auto-regulamentado. Segundo sua lógica, quanto maior a liberdade dada às atividades econômicas, maior seriam as condições para que determinado país conseguisse ampliar suas fontes de riqueza. Dessa maneira, o liberalismo clássico desaprovava qualquer esforço governamental com o objetivo de regular os costumes e práticas econômicas de sua sociedade.

De forma geral, vemos que a incrementação do setor financeiro-especulativo capitalista aproveitou das brechas estabelecidas pelo liberalismo tradicional para estabelecer uma perspectiva artificial de crescimento econômico. Agindo sob a possibilidade de crescimento da economia, a especulação financeira acabou impondo um ritmo de crescimento nem sempre correspondente à situação real da economia.

Ao sentir os impactos desse processo de artificialização da economia, exigiu-se dos Estados Unidos acriação de um modelo alternativo de desenvolvimento econômico. Eleito presidente em 1932, Franklin Delano Roosevelt tinha como maior desafio reerguer a maior economia da época. Inspirados pelos princípios do economista John Maynard Keynes, um grupo de economistas do governo propôs o chamado New Deal.

Esse plano econômico abriu portas para que o Estado tivesse participação direta na economia nacional. Entre outras ações o New Deal estabelecia o controle na emissão de valores monetários, o investimento em setores básicos da indústria e a criação de políticas de emprego. Dessa maneira, o governo de Roosevelt buscou uma recuperação econômica segura e gradual.

Além de controlar o progresso econômico, o New Deal também implantou uma série de ações que conciliavam as questões econômicas e sociais. Ao disseminar esse tipo de ação, criaram-se as bases do chamado welfare state (estado do bem estar social). Mesmo alcançando bons resultados, o New Deal perde espaço, no final da década de 1970, quando perspectivas renovadas do liberalismo começaram a ganhar espaço.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Rebeliões na República Velha (1889 - 1930)


História do Brasil e as Rebeliões na República Velha (1889 – 1930)

De acordo com diversos estudos, o fim do regime monárquico não representou a ascensão de profundas transformações no cenário social brasileiro. Apesar da libertação das populações escravas, a constituição republicana, de 1891, não buscava empreender nenhum tipo de projeto de inclusão social e econômica dessa população historicamente marginalizada. Ao mesmo tempo, a república foi marcada pelo predomínio das elites agro-exportadoras no poder.

O novo sistema eleitoral havia extinguido o voto censitário como pré-requisito para o alcance de direitos políticos. Entretanto, a proibição do voto dos analfabetos se tornou um novo item de exclusão de uma grande maioria que não tinha condições mínimas de acesso ao ensino. Além disso, a ausência de leis e um poder exclusivo para legislar sobre as questões eleitorais fizeram com que as primeiras décadas da República fossem gravemente atingidas pela fraude eleitoral.

Foi nesse contexto que percebemos que o regime republicano gerou no interior de seus costumes uma crise de reconhecimento proveniente dessas populações marginalizadas. Afinal de contas, como seria possível se submeter aos poderes e obrigações de um Estado pouco interessado em atender as demandas daqueles que devia representar? Foi a partir desse impasse que observamos o aparecimento de uma série de revoltas que tomaram conta do país ao longo de toda República Velha.

Nessa época, o problema da exclusão sócio-econômica atingiu as populações do campo e da cidade. No meio rural, a hegemonia opressora dos coronéis impulsionavam os camponeses a se aproximarem das alternativas oferecidas pelos líderes messiânicos como José Maria (Contestado/SC), Antônio Conselheiro (Vaza-Barris/BA) e Padre Cícero (Juazeiro/CE). Em situações mais extremas, o chamado banditismo social impulsionava a formação de grupos de cangaceiros que não reconheciam nenhum tipo de autoridade.

Nos proeminentes centros urbanos, o problema da exclusão era visivelmente fomentado por um governo ainda preso às tradições autoritárias e o perfil conservador dos grandes proprietários. No entanto, a formação da classe operária – influenciada pelo ideário socialista e anarquista – foi responsável pela formação dos primeiros movimentos grevistas e levantes populares, como a Revolta da Vacina de 1904.

Paralelamente, os militares também mobilizaram sua classe em torno de manifestações contrárias à hegemonia oligárquica. A primeira manifestação aconteceu na cidade do Rio de Janeiro, onde marinheiros tomaram conta de embarcações oficiais ao protestar contra os baixos salários e os castigos físicos combatidos na chamada Revolta da Chibata (1910). Na década seguinte, o interesse político dos militares ganhou maior presença com o movimento tenentista e a formação da Coluna Prestes.

Todas essas rebeliões davam sinais claros de uma mudança no interior da nação. O Brasil não tinha mais seu campo político restrito ao meio rural e as constantes crises da economia não mais suportavam um país essencialmente ligado à agro-exportação. Paralelamente, a partir de 1914, o crescimento urbano e industrial inseriu novos grupos sociais dotados de interesses e demandas políticas próprias. A partir disso que compreendemos as diferentes revoltas que marcaram essa época.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Qual é o significado da palavra Sesmarias


Qual é o significado da palavra Sesmarias

As sesmarias eram as terras doadas, pela Coroa Portuguesa, a particulares, notadamente pessoas consideradas detentoras de merecimento, com o fim de promover a apropriação do território colonial, estimular a produção e trazer retorno financeiro para os cofres do reino.

Embora estivesse em declínio na Europa, esse sistema medieval foi transplantado para o Brasil a partir do início efetivo da ocupação do solo brasileiro em 1530 e perdurou até a independência do país em 1822.

Utilizado de forma desordenada, gerou concentração de terras nas mãos de poucos proprietários, possibilitando à consolidação da plantation, sistema agrícola baseado na monocultura, que se utiliza de grandes áreas rurais e mão-de-obra escrava. Os latifúndios, que ainda hoje existem no Brasil, tiveram origem nessa forma de destinação do espaço físico.

A posse da terra era garantida pelas cartas de sesmarias, devendo o beneficiário ocupar e cultivar a terra em determinado período de tempo, sob pena de perder a concessão. Para tanto, deveria, por sua conta e risco, enfrentar os índios, obter a força de trabalho necessária, preparar o terreno, organizar as atividades produtivas, erguer construções, garantir a ordem. Caso obtivesse êxito, poderia ter o domínio definitivo.

Os sesmeiros, aqueles que recebiam as doações, eram assim chamados pelo dever de pagar o equivalente a um sexto do que produzissem.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Arte islãmica... os arabescos



Arabescos

Um arabesco é uma elaborada combinação de formas geométricas frequentemente semelhantes às formas de animais e plantas. Os arabescos são um elemento da arte Islâmica, normalmente usados para enfeitar as paredes das mesquitas. A escolha das formas geométricas e a maneira como devem ser usadas e formatadas é fruto da visão Islâmica do mundo.

Afinal o que vem a ser os arabescos?

O termo surgiu na língua italiana, durante o século XVII, com o significado à moda árabe, para se referir a algo bem mais antigo aqueles intrincados desenhos com padronagens geométricas vistos tradicionalmente em tapetes persas e na arquitetura dos países muçulmanos.

Suas formas são quase sempre abstratas, com raríssimas exceções figurativas (geralmente flores, frutas e plantas entrelaçadas). Isso porque apesar de ter se originado com os artesãos helênicos da Ásia Menor, em torno do século III a.C. esse estilo decorativo foi adaptado e consagrado pelos artistas árabes que o adotaram a partir do século XI d.C.

O motivo dessa restrição é essencialmente religioso, obedecendo à lei islâmica que proíbe qualquer representação da figura do homem e de outros animais como idolatria, um pecado gravíssimo. Segundo o Alcorão, somente Alá tem o poder de dar forma aos seres vivos. Daí vem a condenação muçulmana da arte figurativa.

Para os Muçulmanos, essas formas em conjunto, constituem um padrão infinito que se estende para além do mundo visível e material. Para muitos no mundo Islâmico, tais formas simbolizam o infinito, e por conseguinte, a natureza abrangente da criação do Deus único (Alá). O artista de Arabescos Islâmicos consegue então uma forte espiritualidade sem a iconografia da arte Cristã.

Os arabescos não apenas tornaram-se uma das marcas registradas da ocupação da Península Ibérica pelos mouros, entre os séculos VIII e XV, como tiveram, mais tarde, forte influência em estilos artísticos europeus como o barroco e o art nouveau.


sexta-feira, 15 de abril de 2011

O início do Estado Novo (1937)


O início do Estado Novo (1937) O Estado Novo é o nome que se deu ao período em que Getúlio Vargas governou o Brasil de 1937 a 1945. Este período ficou marcado, no campo político, por um governo ditatorial.

Contextos...

A Grande Depressão econômica internacional estendeu-se por toda a década de 1930. Afetou também o Brasil, ampliando o desemprego e diminuindo os salários.

As lutas políticas internacionais também tiveram repercussão no Brasil. Em 1932, foi criada a Ação Integralista Brasileira, liderada por Plínio Salgado. Tratava-se de um partido similar ao dos fascistas. Do outro lado, em oposição ao agravamento das condições de vida da população, ao autoritarismo governamental e ao integralismo de Plínio Salgado, formou-se a Aliança Nacional Libertadora. Pela primeira vez no Brasil, um movimento de massas, difundido por todo o país, declarava-se democrático, antiimperialista e reformista.

A adesão popular à Aliança Nacional Libertadora superou as expectativas. Foram formados 1600 núcleos, com um total de quatrocentos mil filiados. Temeroso, o governo Vargas fechou os núcleos e extinguiu o partido. Diante disso, um setor com predominância comunista, avaliando ser possível uma revolução social no país, tentou uma insurreição. O movimento causou varias mortes, sendo controlado após quatro dias de levante. Esse episódio passou a ser conhecido por Intentona Comunista de 1935.

Em 1938, deveriam ser realizadas eleições para a presidência da República. Vargas antecipou-se. Com o apoio dos generais Góes Monteiro e Eurico Dutra, deu um golpe, fechou o Congresso Nacional, publicou uma Constituição outorgada (imposta) com várias características antidemocráticas e suprimiu os partidos políticos. Essa ditadura foi denominada Estada Novo.

Os integralistas se apresentavam nos comícios e passeatas usando uniformes muito semelhantes aos usados pela juventude nazista alemã. Nesta foto de 1934, eles estão a caminho de São Paulo para participarem de ato na Praça da Sé.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Arte Bizantina


A Arte Bizantina...propagação da cultura greco-romana e utilização das artes em geral para exaltar ideais religiosos numa combinação de elementos culturais do Oriente e do Ocidente.

A arte Bizantina teve seu centro de difusão a partir da cidade de Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente, e desenvolveu-se a princípio incorporando características provenientes de regiões orientais, como a Ásia Menor e a Síria.

A aceitação do cristianismo a partir do reinado de Constantino e sua oficilização por Teodósio procuraram fazer com que a religião tivesse um importante papel como difusor didático da fé ao mesmo tempo que serviria para demonstrar a grandeza do Imperador que mantinha seu caráter sagrado e governava em nome de Deus.

A tentativa de preservar o caráter universal do Império fez com que o cristianismo no oriente destacasse aspectos de outras religiões, isso explica o desenvolvimento de rituais, cânticos e basílicas.

O apogeu da cultura bizantina ocorreu durante o reinado de Justiniano ( 526-565 d.C. ), considerada como a Idade de Ouro do império.

Arquitetura

O grande destaque da arquitetura foi a construção de Igrejas, facilmente compreendido dado o caráter teocrático do Império Bizantino. A necessidade de construir Igrejas espaçosas e monumentais, determinou a utilização de cúpulas sustentadas por colunas, onde haviam os capitéis, trabalhados e decorados com revestimento de ouro, destacando-se a influência grega.

A Igreja de Santa Sofia é o mais grandioso exemplo dessa arquitetura, onde trabalharam mais de dez mil homens durante quase seis anos. Por fora o templo era muito simples, porém internamente apresentava grande suntuosidade, utilizando-se de mosaicos com formas geométricas, de cenas do Evangelho.

Na cidade italiana de Ravena, conquistada pelos bizantinos, desenvolveu-se um estilo sincrético, fundindo elementos latinos e orientais, onde se destacam as Igrejas de Santo Apolinário e São Vital, destacando-se esta última onde existe uma cúpula central sustentadas por colunas e os mosaicos como elementos decorativos.

Pintura e Escultura

A pintura bizantina não teve grande desenvolvimento, pois assim como a escultura sofreram forte obstáculo devido ao movimento iconoclasta . Encontramos três elementos distintos: os ícones, pinturas em painéis portáteis, com a imagem da Virgem Maria, de cristo ou de santos; as miniaturas, pinturas usadas nas ilustrações dos livros, portanto vinculadas com a temática da obra; e os afrescos, técnica de pintura mural onde a tinta era aplicada no revestimento das paredes, ainda úmidos, garantindo sua fixação.

Destaca-se na escultura o trabalho com o marfim, principalmente os dípticos, obra em baixo relevo, formada por dois pequenos painéis que se fecham, ou trípticos, obras semelhantes às anteriores, porém com uma parte central e duas partes laterais que se fecham.

Mosaicos

O Mosaico foi uma forma de expressão artística importante no Império Bizantino, principalmente durante seu apogeu, no reinado de justiniano, consistindo na formação de uma figura com pequenos pedaços de pedras colocadas sobre o cimento fresco de uma parede. A arte do mosaico serviu para retratar o Imperador ou a imperatriz, destacando-se ainda a figura dos profetas.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Iluminismo


Como a expressão sugere, fez-se luz no século XVIII…

Após um período de claras mudanças na cultura e na mentalidade do homem, conhecido como Renascimento, a força das ideologias herdadas da Idade Média estava cada vez menor. A visão teocêntrica, na qual tudo gira em torno da religião, foi sendo substituída gradativamente pela visão antropocêntrica, onde o homem é o centro do universo.

Durante os séculos XVII e XVIII, graças ao desenvolvimento intelectual obtido no Renascimento, o homem passou a refletir mais sobre o mundo que o cercava, tendo chegado à conclusão de que era preciso rever suas práticas políticas, econômicas e ideológicas.

Os pensadores da época baseavam-se na tese de que a vida em sociedade deveria servir para proporcionar felicidade, justiça e igualdade, algo muito diferente do que ocorria na época. Desta forma, esses filósofos passaram a condenar o absolutismo, o mercantilismo e a mentalidade imposta pela Igreja.

Tal movimento, originado na Inglaterra, Holanda e França, ficou conhecido como Iluminismo, uma vez que “iluminava” os aspectos “escuros” da Idade Média. Para os iluministas, a grande maneira de se construir uma sociedade com igualdade, fraternidade e igualdade seria por meio do uso da razão. Por esse motivo, acreditavam que as crenças religiosas e o misticismo bloqueavam, de certa forma, o uso da razão.

Por esse motivo, passaram a criticar a Igreja Católica, embora não deixassem de crer em Deus. A burguesia se interessou grandemente pelos ideais iluministas, uma vez que necessitava ter um poder político semelhante ao seu poder econômico, assim, ir contra o absolutismo era algo bastante viável.

Os principais filósofos deste período foram John Locke, Voltaire, Montesquieu, Rousseau, Diderot e Jean Le Rond d´Alembert. O iluminismo foi de suma importância para desenvolvimento dos direitos civis, para a consolidação dos estados-nações e para a ocorrência das profundas transformações políticas futuras, como a Revolução Francesa e a independência de muitas colônias americanas, por exemplo.

sexta-feira, 25 de março de 2011

A américa pré-colombiana


A américa pré-colombiana

Acredita-se que o homem tenha entrado pela primeira vez no continente americano pelo estreito de Bering, talvez já em 35.000 a.C. Existem testemunhos da possível presença do homem já em 20.000 a.C. na região que corresponde ao México atual. No entanto, os fósseis humanos mais antigos - encontrados, por exemplo, em Tepexpan, a nordeste da Cidade do México, e em Lagoa Santa (Minas Gerais, Brasil) - não datam de período anterior a 9.000-8.000 a.C. (embora estas datações estejam mudando nos últimos anos, e datas mais antigas sejam ainda consideradas polêmicas).

A agricultura na Mesoamérica data de cerca de 5.000 a.C., e a produção de cerâmica de cerca de 2.300 a.C. Os primeiros testemunhos de sociedades dotadas de estruturas políticas e religiosas podem ser encontrados no México, nos sítios olmecas, principalmente em La Venta, e nos Andres, em Chavín, ambas datando de antes de 1.000 a.C. Por volta de 1.500 d.C., alguns Estados já mostravam economias e sociedades altamente estruturadas e culturas e religiões extremamente desenvolvidas, como o império asteca no México e o império inca nos Andes Centrais.

Além desses, aparecem 'senhorias' mais ou menos estáveis de graus variados de complexidade, por exemplo, nas ilhas do mar dos Caraíbas e na região circunvizinha, e ainda as centenas de tribos nômades e seminômades na América do Norte, no sul da América do Sul e no Brasil.

A pesquisa sobre a América pré-colombiana desenvolveu-se rapidamente nas últimas décadas do século XX, especialmente com relação à Mesoamérica, e mais recentemente também com referência aos Andes e a outras regiões.

Importantes contribuições para esse conhecimento foram dadas não só pelos arqueólogos como pelos linguistas e paleógrafos, geógrafos e botânicos, matemáticos e astrônomos, e sobretudo, pelos antropólogos, etnólogos e especialistas em etnografia histórica.

Fonte: BETHELL, Leslie (org.). América Latina Colonial. vol. 1. São Paulo: EDUSP; Brasília [DF]: Fundação Alexandre Gusmão, 1997. pp. 1-20.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Do Mercantilismo ao Neoliberalismo


Um poucio de História econômica para variar ....do Mercantilismo ao Neoliberalismo

As praticas mercantilistas, como sabemos, marcaram a política econômica de diversos Estados da Europa entre os séculos XV e XVIII. A partir da Revolução Industrial, o mercantilismo foi substituído pelo liberalismo. A política econômica liberal baseava-se na livre concorrência e na liberdade de comercio e produção. Ao contrario dos mercantilistas, os liberais se opunham radicalmente ao controle da economia pelo Estado.

Atualmente, com a nova revolução técnica e cientifica, o liberalismo cedeu lugar ao neoliberalismo, favorável a uma política de completa abertura dos mercados nacionais ao investimento estrangeiro e ao comercio internacional.

“Menos Estado”, “o Estado não soluciona os problema, o Estado é o problema” ou “tirar o Estado das costas dos cidadãos” são os principais lemas dos neoliberais. Na teoria, portanto, o neoliberalismo rejeita qualquer intervenção do Estado na economia. Na pratica, porem, isso nem sempre acontece. Principalmente quando se trata das relações econômicas dos paises desenvolvidos como os paises subdesenvolvidos.

Na atualidade, o que chamamos de globalização e regionalização se desenvolve sob a inspiração do neoliberalismo. A globalização possibilita, por exemplo, a integração das comunicações e das trocas em escala mundial. E a regionalização, por sua vez, promove a formação de grandes blocos econômicos, como a União Européia (UE), o Acordo de Livre Comercio da América do Norte (Nafta), o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).