sexta-feira, 25 de março de 2011

A américa pré-colombiana


A américa pré-colombiana

Acredita-se que o homem tenha entrado pela primeira vez no continente americano pelo estreito de Bering, talvez já em 35.000 a.C. Existem testemunhos da possível presença do homem já em 20.000 a.C. na região que corresponde ao México atual. No entanto, os fósseis humanos mais antigos - encontrados, por exemplo, em Tepexpan, a nordeste da Cidade do México, e em Lagoa Santa (Minas Gerais, Brasil) - não datam de período anterior a 9.000-8.000 a.C. (embora estas datações estejam mudando nos últimos anos, e datas mais antigas sejam ainda consideradas polêmicas).

A agricultura na Mesoamérica data de cerca de 5.000 a.C., e a produção de cerâmica de cerca de 2.300 a.C. Os primeiros testemunhos de sociedades dotadas de estruturas políticas e religiosas podem ser encontrados no México, nos sítios olmecas, principalmente em La Venta, e nos Andres, em Chavín, ambas datando de antes de 1.000 a.C. Por volta de 1.500 d.C., alguns Estados já mostravam economias e sociedades altamente estruturadas e culturas e religiões extremamente desenvolvidas, como o império asteca no México e o império inca nos Andes Centrais.

Além desses, aparecem 'senhorias' mais ou menos estáveis de graus variados de complexidade, por exemplo, nas ilhas do mar dos Caraíbas e na região circunvizinha, e ainda as centenas de tribos nômades e seminômades na América do Norte, no sul da América do Sul e no Brasil.

A pesquisa sobre a América pré-colombiana desenvolveu-se rapidamente nas últimas décadas do século XX, especialmente com relação à Mesoamérica, e mais recentemente também com referência aos Andes e a outras regiões.

Importantes contribuições para esse conhecimento foram dadas não só pelos arqueólogos como pelos linguistas e paleógrafos, geógrafos e botânicos, matemáticos e astrônomos, e sobretudo, pelos antropólogos, etnólogos e especialistas em etnografia histórica.

Fonte: BETHELL, Leslie (org.). América Latina Colonial. vol. 1. São Paulo: EDUSP; Brasília [DF]: Fundação Alexandre Gusmão, 1997. pp. 1-20.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Do Mercantilismo ao Neoliberalismo


Um poucio de História econômica para variar ....do Mercantilismo ao Neoliberalismo

As praticas mercantilistas, como sabemos, marcaram a política econômica de diversos Estados da Europa entre os séculos XV e XVIII. A partir da Revolução Industrial, o mercantilismo foi substituído pelo liberalismo. A política econômica liberal baseava-se na livre concorrência e na liberdade de comercio e produção. Ao contrario dos mercantilistas, os liberais se opunham radicalmente ao controle da economia pelo Estado.

Atualmente, com a nova revolução técnica e cientifica, o liberalismo cedeu lugar ao neoliberalismo, favorável a uma política de completa abertura dos mercados nacionais ao investimento estrangeiro e ao comercio internacional.

“Menos Estado”, “o Estado não soluciona os problema, o Estado é o problema” ou “tirar o Estado das costas dos cidadãos” são os principais lemas dos neoliberais. Na teoria, portanto, o neoliberalismo rejeita qualquer intervenção do Estado na economia. Na pratica, porem, isso nem sempre acontece. Principalmente quando se trata das relações econômicas dos paises desenvolvidos como os paises subdesenvolvidos.

Na atualidade, o que chamamos de globalização e regionalização se desenvolve sob a inspiração do neoliberalismo. A globalização possibilita, por exemplo, a integração das comunicações e das trocas em escala mundial. E a regionalização, por sua vez, promove a formação de grandes blocos econômicos, como a União Européia (UE), o Acordo de Livre Comercio da América do Norte (Nafta), o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).

sexta-feira, 11 de março de 2011

Diferenças entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial


Trincheiras: recurso usado nos confrontos da Primeira Guerra e depois abolido

A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) tem sido apresentada como uma espécie de continuação da Primeira Grande Guerra (1914-1918). Alega-se que o Tratado de Versalhes, que impôs uma situação de humilhação à Alemanha derrotada, seja o germe do segundo conflito.

No entanto, é preciso considerar que as duas guerras foram muito diferentes. Ambas tiveram a Europa como ponto de partida, porém, enquanto a Primeira se desenvolveu quase todo o tempo nesse continente, a Segunda teve a Ásia, a Oceania, a África e até a América como protagonistas. O Brasil, por exemplo, teve navios afundados por alemães e chegou a enviar tropas para combater os nazistas.

A Primeira foi o ultimo grande conflito que se desenvolveu em campos de batalha. Ela ficou famosa pelos confrontos de trincheiras, nas quais os generais exortavam os jovens a se matarem mutuamente. Já na Segunda, a guerra chegou com toda a intensidade até os civis. Milhões de russos perderam a vida no cerco de Leningrado, Stalingrado e Moscou e em outras cidades soviéticas. Milhares de ingleses, japoneses e alemães também morreram por ocasião dos bombardeiros adversários.

A Segunda Guerra foi, ainda, um conflito de ideologias. O fascismo italiano, o nazismo alemão e o comunismo da União Soviética apresentavam-se, na ocasião, como alternativas às democracias dos Estados Unidos, da França e da Inglaterra. Também marcou pelo procedimento adotado pelos nazistas: eles confinaram e executaram milhões de civis inocentes, entre eles judeus, ciganos e homossexuais. O fim do conflito provocou, de certa forma, a Guerra Fria, que nunca eclodiu.

Fonte: Revista Nova Escola. Ano XXV – nº 238 – dezembro 2010 – Editora Abril - Consultoria Jaime Pinsky, historiador, professor e autor de livros paradidáticos.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Grito da independência - Plágio ou coincidência?



Uma das pinturas mais conhecidas da arte brasileira, presença cativa nos livros escolares, é o Independência ou Morte, do pintor paraibano romântico Pedro Américo de Figueiredo e Melo (1843-1905). O óleo sobre tela de 4,15 x 7,60 metros, pintado pelo antigo aluno da Escola de Belas-Artes de Paris, em 1888, em Florença, na Itália, pertence ao acervo do Museu da Cidade de São Paulo. Lá está como obra número um, espécie de Mona Lisa se considerado seu poder de atrair visitantes para o mesmo espaço.

No entanto, poucos sabem que paira sobre o Independência, conhecido também por O Grito do Ipiranga, a dúvida do plágio. Ou se preferem, a eventual inspiração em uma aquarela feita treze anos antes. Trata-se do 1807, Friedland, de Jean-Louis Ernest Meissonier (1815-1891). A cena do pintor autodidata francês mostra Napoleão Bonaparte e seu estado-maior saudando o regimento dos curaceiros antes de encetarem ataque durante a Batalha de Friedland.
Os soldados de cavalaria equipados com armadura foram peça capital nas vitórias do imperador de origem corsa rumo ao domínio do Velho Continente. Vale lembrar, derrotado no fim da carreira, Bonaparte deixou a França menor do que a encontrou, embora o grandeur não se meça em palmos de terra

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Guerra da Cisplatina


Guerra da Cisplatina e suas consequências

A Guerra da Cisplatina ocorreu de 1825 a 1828, entre Brasil e Argentina, pela posse da Província de Cisplatina, atual Uruguai. Localizada numa área estratégica, a região sempre foi disputada pela Coroa Portuguesa e Espanhola.

Portugal foi o fundador da Colônia do Sacramento (primeiro nome dado à Cisplatina), em 1680. Mas o território passou a pertencer à Espanha em 1777, sendo então colonizado nos moldes espanhóis.

Na época em que a coroa Portuguesa se transferiu para o Brasil, Dom João VI incorporou novamente a região. Em 1816, por razões políticas e economicas, ele enviou tropas a Montevidéu, ocupando o território e nomeando-o como Província da Cisplatina.

Movimento de independência
No Reinado de Dom Pedro I, em 1825, surgiu um movimento de libertação da província. Os habitantes da Cisplatina não aceitavam pertencer ao Brasil, pois tinham idiomas
e costumes diferentes. Liderados por João Antonio Lavalleja, eles se organizaram para declarar a independência da região.

A Argentina apoiou o movimento, oferecendo força política e suprimentos (alimentos, armas, etc). Porém, na realidade, os argentinos pretendiam anexar a Cisplatina, logo que esta se libertasse do Brasil.

Reagindo à revolta, o governo brasileiro declarou guerra à Argentina e aos colonos descontentes. Ocorreram vários combates, que obrigaram Dom Pedro I a gastar muito dinheiro
público.

Guerra impopular
Os brasileiros não apoiaram este conflito, pois sabiam que o governo aumentaria os impostos para financiar a guerra. Este episódio desgastou ainda mais a imagem
de Dom Pedro I.

Este dinheiro gasto nos combates desequilibrou a economia brasileira, já desfalcada com o valor gasto para o reconhecimento da independência do país. Se o Brasil ainda saísse vitorioso, valeria a pena todo investimento. Mas isto não aconteceu.

A Inglaterra, que tinha interesses econômicos na região, atuou como mediadora. Em 1828, propôs um acordo entre Brasil e Argentina, o qual estabeleceu que a Província da Cisplatina não pertenceria a nem dos dois, mas seria independente. Nascia aí a República Oriental do Uruguai.

O desfecho desfavorável ao Brasil agravou a crise política no país. A perda da província foi um motivo a mais para a insatisfação dos brasileiros com o Imperador, que acabou renunciado em 1831.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Missão artística francesa no Brasil


Influências na arte brasileira no século XIX

Em 1816, durante a
estada da família real portuguesa no Brasil, chega ao Rio de Janeiro um grupo de artistas franceses com a missão de ensinar artes plásticas na cidade que era, então, a capital do Reino unido de Portugal e Algarves. O grupo ficou conhecido como Missão artística francesa.
O convite teria para a vinda do grupo teria partido de Antonio Araújo Azevedo, Conde da Barca, ministro de dom João 6o.Preocupado com o desenvolvimento cultural da colônia que havia se transformado em capital, o rei trouxe para cá material para montar a primeira gráfica brasileira, onde foram impressos diversos livros e um jornal chamado "A Gazeta do Rio de Janeiro".
Já a missão tinha o objetivo de estabelecer o ensino oficial das artes plásticas no Brasil, e acabou influenciando o cenário artístico brasileiro, além de estabelecer um ensino acadêmico inexistente até então.
A missão foi organizada por Joaquim Lebreton e composta por um grupo de artistas plásticos. Dela faziam parte os pintores Jean-Baptiste Debret e Nicolas Antoine Taunay, os escultores Auguste Marie Taunay, Marc e Zéphirin Ferrez e o arquiteto Grandjean de Montigny. Esse grupo organizou, em agosto de 1816, a Escola Real das Ciências, Artes e Ofícios, transformada, em 1826, na Imperial Academia e Escola de Belas-Artes.
Os artistas da Missão Artística Francesa pintavam, desenhavam, esculpiam e construíam à moda européia, obedecendo ao estilo neoclássico.

Principais pintores da missão:

Nicolas-Antonine Taunay
: (1775-1830) pintor francês de grande destaque na corte de Napoleão Bonaparte e considerado um dos mais importantes da Missão Francesa. Durante os cinco anos em que esteve no Brasil, retratou várias paisagens do Rio de Janeiro.

Jean-Baptiste Debret: (1768-1848) foi chamado de "a alma da Missão Francesa". Era desenhista, aquarelista, pintor cenográfico, decorador, professor de pintura e organizador da primeira exposição de arte no Brasil (1829). Em 1818, trabalhou no projeto de ornamentação da cidade do Rio de Janeiro para os festejos da aclamação de dom João 6o como rei de Portugal, Brasil e Algarves.
Em "Viagem Pitoresca ao Brasil", coleção composta de três volumes com um total de 150 ilustrações, Debret retrata e descreve a sociedade brasileira. Seus temas preferidos são a nobreza e as cenas do cotidiano brasileiro. Sua obra dá uma excelente idéia da sociedade brasileira do século XIX.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Tráfico de escravos para o Brasil


O tráfico negreiro no Brasil perdurou do século XVI ao XIX. Nosso país recebeu a maior parte de africanos escravizados no período (quase 40% do total) e foi a nação da América a mais tardar a abolição do cativeiro (1888). Era uma atividade lucrativa e praticada pelos portugueses antes do descobrimento do Brasil.

As embarcações utilizadas para o transporte desses escravos da África para o Brasil eram as mesmas anteriormente usadas para o transporte de mercadorias da Índia. Assim, podemos levantar dúvidas sobre o estado de conservação e a segurança dos navios negreiros.

No início desse “comércio” eram utilizadas para o tráfico negreiro desde as charruas até as caravelas, com arqueações que variavam entre 100 e 1000 toneladas. Mas com o passar do tempo os navios negreiros começaram a ser escolhidos com mais especificidade, indo de naus com apenas uma cobertura (os escravos eram transportados sem distinção nos porões) a naus com três coberturas (separando-se homens, mulheres, crianças e mulheres grávidas). Àquela época, esses navios eram apelidados de “tumbeiros”, pois devido às condições precárias muitos escravos morriam. Os negros que não sobreviviam à viagem tinham seus corpos jogados ao mar.

Os negros que aqui chegavam pertenciam, grosso modo, a dois grupos étnicos: os bantos, vindos do Congo, da Angola e de Moçambique (distribuídos em Pernambuco, Minas Gerais e no Rio de Janeiro) e os sudaneses, da Nigéria, Daomé e Costa do Marfim (cuja mão-de-obra era utilizada no Nordeste, principalmente na Bahia). (leia mais: Origem dos escravos africanos).

A saudade da terra natal (banzo) e o descontentamento com as condições de vidas impostas eram a principal razão das fugas, revoltas e até mesmo dos suicídio dos escravos. A “rebeldia” era punida pelos feitores com torturas que variavam entre chicotadas, privação de alimento e bebida e o “tronco”. Durante essas punições, os negros tinham seus ferimentos salgados para provocar mais dor.

O motivo para o início do tráfico negreiro no Brasil foi a produção de cana-de-açúcar. Os escravos eram utilizados como mão-de-obra no Nordeste. Comercializados, escravos jovens e saudáveis eram vendidos pelo dobro do preço de escravos mais velhos ou de saúde frágil. Vistos como um bem material, eles podiam ser trocados, leiloados ou vendidos em caso de necessidade.

O Tráfico Negreiro foi extinto pela Lei Eusébio de Queirós, em 1850. A escravidão no Brasil, no entanto, somente teve fim em 1888, com a Lei Áurea.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Arqueologia: Museu alemão descarta devolver busto de Nefertiti ao Egito


Fundação diz que egípcios não têm direito legal sobre relíquia
O pedido para que a estátua volte é uma consequência da política egípcia de tentar recuperar os objetos que foram levados para fora do país no início do século 20, entre eles a Pedra de Roseta, que agora está no Museu Britânico.

A fundação alemã responsável por guardar o busto da rainha Nefertiti, uma das relíquias egípcias mais antigas, recusou mais uma vez o pedido do Egito para devolver a escultura. Uma solicitação semelhante havia sido feita em 2009. A estátua de 3.400 anos atrai um milhão de turistas anualmente ao museu Neues, em Berlim, capital alemã.

O presidente da Fundação do Patrimônio Histórico Prussiano, Hermann Parzinger, afirma que o museu adquiriu Nefertiti legalmente e que o Egito não possui direito legal sobre a relíquia. "O posicionamento da fundação não mudou. Nefertiti é e continuará sendo a embaixadora do Egito em Berlim", afirmou Parzinger em um comunicado.

Representantes da fundação disseram também que não consideram o pedido oficial por não ter sido assinado pelo primeiro-ministro egípcio, Ahmed Nazif. Contudo, o chefe do Conselho Supremo de Antiguidades Egípcias, Zahi Hawass, afirma que o pedido feito pelo órgão foi aprovado pelo primeiro-ministro e pelo ministro da Cultura do Egito.

O busto de Nefertiti — famoso pelas formas delicadas e os olhos amendoados — foi encontrado em 1912 pelo arqueólogo alemão Ludwig Borchardt, a 275 quilômetros ao sul do Cairo, capital do Egito. A relíquia foi levada para a Alemanha no ano seguinte. De acordo com Hawass, o arqueólogo alemão agiu como se o busto fosse um artefato de menor valor com a intenção de garantir que o objeto chegasse a Berlim.

Preservação - O pedido para que a estátua volte é uma consequência da política egípcia de tentar recuperar os objetos que foram levados para fora do país no início do século 20, entre eles a Pedra de Roseta, que agora está no Museu Britânico. Para Bruno Bugarelli, professor de direito da PUC Minas, o detentor legítimo das relíquias é o Egito. "Em termos concretos, aquilo que era do Egito deveria retornar ao país", afirma. Porém, Burgarelli ressalta que o país "precisa assegurar que esses artefatos terão segurança e condições de serem exibidos para humanidade".

De acordo com o professor, muitos países europeus argumentam que os países de origem dos artefatos não têm condições de garantir a integridade das raridades, consideradas patrimônio da humanidade. “É interesse maior da humanidade preservá-los, independente de onde estejam”, disse. "Não adianta querer a relíquia de volta para colocá-la em um cofre. Ela tem que estar disponível para quem quiser apreciá-la."

fonte: veja.abril.com.br – acesso em 28/01/2011

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Significado das Cruzadas na Europa medieval


Significado das Cruzadas na Europa medieval
As cruzadas foram tropas ocidentais enviadas à Palestina para recuperarem a liberdade de acesso dos cristãos à Jerusalém. A guerra pela Terra Santa, que durou do século XI ao XIV, foi iniciada logo após o domínio dos turcos seljúcidas sobre esta região considerada sagrada para os cristãos. Após domínio da região, os turcos passaram impedir ferozmente a peregrinação dos europeus, através da captura e do assassinato de muitos peregrinos que visitavam o local unicamente pela fé.

Organização

Em 1095, Urbano II, em oposição a este impedimento, convocou um grande número de fiéis para lutarem pela causa. Muitos camponeses foram a combate pela promessa de que receberiam reconhecimento espiritual e recompensas da Igreja; contudo, esta primeira batalha fracassou e muitos perderam suas vidas em combate.

Após a Primeira Cruzada foi criada a Ordem dos Cavaleiros Templários que tiveram importante participação militar nos combates das seguintes Cruzadas.

Após a derrota na 1ª Cruzada, outro exército ocidental, comandado pelos franceses, invadiu o oriente para lutar pela mesma causa. Seus soldados usavam, como emblema, o sinal da cruz costurado sobre seus uniformes de batalha. Sob liderança de Godofredo de Bulhão, estes guerreiros massacraram os turcos durante o combate e tomaram Jerusalém, permitindo novamente livre para acesso aos peregrinos.

Outros confrontos deste tipo ocorreram, porém, somente a sexta edição (1228-1229) ocorreu de forma pacífica. As demais serviram somente para prejudicar o relacionamento religioso entre ocidente e oriente. A relação dos dois continentes ficava cada vez mais desgastada devido à violência e a ambição desenfreada que havia tomado conta dos cruzados, e, sobre isso, o clero católico nada podia fazer para controlar a situação.

Embora não tenham sido bem sucedidas, a ponto de até crianças terem feito parte e morrido por este tipo de luta, estes combates atraíram grandes reis como Ricardo I, também chamado de Ricardo Coração de Leão, e Luís IX. Elas proporcionaram também o renascimento do comércio na Europa. Muitos cavaleiros, ao retornarem do Oriente, saqueavam cidades e montavam pequenas feiras nas rotas comerciais. Houve, portanto, um importante reaquecimento da economia no Ocidente. Estes guerreiros inseriram também novos conhecimentos, originários do Oriente, na Europa, através da influente sabedoria dos sarracenos.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Debret - Um artista a serviço da Corte portuguesa no Brasil


Debret – Um artista a serviço da Corte portuguesa na História do Brasil Império
Jean-Baptiste Debret nasceu na cidade de Paris na França em 18 de Abril de 1768 onde, iniciou sua vida profissional, sob a influência de Jacques-Louis David. Integrando a Missão chefiada por Lebreton, ficou no Brasil entre 1816 e 1831, dedicando-se à pintura e ao magistério artístico.

Em suas telas retratou não apenas a paisagem, mas sobretudo a sociedade brasileira, não esquecendo de destacar a forte presença dos escravos. Foi iniciativa sua a realização da primeira exposição de arte no país, em 1829. Debret voltou a Paris e assim faleceu ao dia 11 de junho de 1848.

Jean-Baptiste Debret começou seus estudos de arte acompanhando o chefe da escola neoclássica francesa, o pintor Jacques-Louis David, seu primo, em uma viagem a Roma, na época em que este último pintava a sua célebre tela o Juramento dos Horácios. Retornando da Itália, freqüentou a École de Beaux-Artes de Paris, mas, em decorrência da Revolução Francesa, afastou-se da pintura durante cinco anos.

Voltou à ativa, conquistando em 1798 um prêmio no Salon de Paris, no qual mais tarde exporia por diversas vezes. Em 1816, foi convidado por Joaquim Lebreton para integrar a chamada Missão Artística Francesa, que aportou no Rio de Janeiro, então sede da corte portuguesa, aqui instalada em 1808 com a vinda de Dom João VI e da família real.

No tempo em que morou no Brasil, Debret participou da fundação da Academia Imperial de Belas Artes (AIBA), realizou retratos da família Imperial, instalou uma escola particular de pintura e foi o responsável pelo primeiro salão de arte brasileiro, realizado em 1829. Com toda essa atividade, não é de se admirar que tenha se exposto à hostilidade dos artistas portugueses que então disputavam com os franceses o controle do sistema de ensino artístico no Rio de Janeiro.

Com o grande projeto Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, Debret revela sua profunda relação pessoal e emocional, adquirida em sua permanência no Brasil por 15 anos. Em 1831 o pintor solicitou licença ao Conselho da Regência para retornar à França, alegando problemas de saúde. Dois motivos o levaram a tomar tal atitude: primeiro para juntar-se a sua família e segundo, tão importante para o artista quanto o primeiro, era organizar o primeiro volume de sua obra Viagem pitoresca e histórica ao Brasil.

A Corte portuguesa aceitou tal solicitação, no entanto, condicionou-a a um retorno do artista para o "novo mundo", fato que não ocorreu, Debret deixou o Brasil em 1831 para nunca mais voltar. Mas, o artista francês jamais deixou se desvencilhar das terras brasileiras, estando profundamente envolvido por meio de sua obra, até o fim de seus dias ocorrido em 1848.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

7 de setembro: Que independência é esta?


Historiador evidencia necessidade de resignificar conceito e contexto de um dos períodos históricos mais marcantes do País

Gritos, euforia, sentimento nacionalista e plena liberdade. Será que a nação conquistou sua autonomia no dia 7 de setembro de 1822? A tão sonhada independência do Brasil aconteceu nesse dia e pretendeu levar milhões de brasileiros ao destino da liberdade de expressão, bem como ao desprendimento de uma escravidão desenfreada e dependência socioeconômica. O dia da independência foi baseado no esteio político, por meio do qual D. Pedro I posicionou-se às margens do riacho do Ipiranga, em São Paulo, e, em seu tom mais ufano, exclamou ‘Independência ou Morte!’.
Em entrevista concedida à Gazetaweb, o professor de História Gustavo Pessoa, graduado pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), explicou a respeito do contexto da independência, no qual todos os Países da América foram colônias no século XIX. O Brasil era a única colônia portuguesa. Durante o período inicial, segundo Gustavo, houve a implantação de um modelo econômico para viabilizar a produção açucareira, denominado Plantation, fundamentado no latifúndio e na monocultura. “Foi justamente este sistema social e econômico, aliado à escravidão, à monocultura agroexportadora e ao latifúndio, que permaneceu, mesmo após a independência do País”, afirmou.
O professor explanou que a independência viria à tona, mais dia ou menos dia, uma vez que já havia uma cultura nacionalista enraizada nos brasileiros, como também, fatores ligados à religião e à língua. “D. Pedro seria coroado Imperador para servir como instrumento político, pois asseguraria, exclusivamente, os interesses das elites”. A nação brasileira, de acordo com Pessoa, foi uma das últimas a proclamar a independência - os EUA colocaram-se em primeiro lugar, em 1776.
“A partir da independência, não se registrava nenhum progresso de ordem econômica importante. Era o momento em que saíamos de uma esfera de influência portuguesa e entrávamos na inglesa, que deteria o monopólio de comércio no Brasil. Muitas coisas mudaram, também, com esse dia. Nós somos, hoje, uma das grandes potências industrializadas do mundo” - emendou Gustavo.
Quando questionado acerca de um Brasil independente, o historiador alegou que são necessários investimentos em recursos humanos, e, principalmente, na educação. “Precisamos de governantes que estejam dispostos a enfrentar fases coloniais que ainda persistem, como favelização, marginalidade, a desvalorização do negro e a falta de inclusão social”.
Didática do educador
Gustavo Pessoa afirmou que, no período antecedente à década de 80, o ensino voltado aos alunos baseava-se em uma mera assimilação do que ocorreu no dia 7 de setembro de 1822. “Antigamente, os professores introjetavam o acontecimento na mente dos alunos e não se produzia uma reflexão sobre isso. De 85 para cá, já se vê uma crítica por parte dos educadores e estudantes quanto a esta independência falseada. Vários lados da história são mostrados” – revelou.
Perda de tradição
Com relação aos desfiles, o educador relacionou a tradição antiga ao tempo atual, onde não se observa mais a efetiva participação de estudantes de escolas públicas e particulares percorrendo as avenidas da capital, com suas fanfarras e agitações ufanistas. “As caminhadas perderam o apelo popular. Eu me recordo, no interior da Bahia, dos desfiles que tomavam conta das ruas; vivenciava-se um momento de entusiasmo. Hoje, muitos movimentos sociais, como o MST [Movimento dos Sem-terra] e a CPT [Comissão Pastoral da Terra] utilizam essa data para promover outra forma de discussão, a exemplo do grito dos excluídos. A tendência é que essa comemoração mude cada vez mais de figura” – concluiu.

Fonte:
http://www.gazetaweb.com/ acesso em 07/09/2010

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A Independência dos EUA e a Revoluão Francesa


Trago hoje um post bem interessante onde relaciono a Independência dos EUA e a Revolução Francesa confira...

Quando adentramos o processo de constituição dos governos liberais e a crise do absolutismo, costumamos compreender que a participação francesa na emancipação das Treze Colônias teve grande importância na deflagração da Revolução Francesa de 1789. Geralmente, o elo entre as duas experiências históricas se explica pelo fato da França participar das Guerras de Independência dos Estados Unidos com o envio de tropas que lutaram em defesa dos colonos norte-americanos.

No entanto, seria satisfatório dizer que os soldados franceses teriam carregado de volta à sua terra natal o sentimento de autonomia que inspirou as Treze Colônias a lutarem contra a opressão inglesa? Apesar de não ser falsa, essa premissa não contempla o fato de que o século XVIII assistia a disseminação do ideário iluminista, que motivou a luta de várias nações contra a ação de regimes monárquicos ou contrários ao mecanismo de representação política.

Para que a proximidade ideológica entre as duas experiências históricas seja melhor desenvolvida, sugerimos a exposição de dois documentos que podem assinalar, de maneira bem clara, como o projeto político francês e o norte-americano se assemelhavam. Como sugestão, recomendamos o trabalho com a “Declaração de Independência dos Estados Unidos da América” (1776) e a “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” (1789).

No primeiro documento, temos a seguinte assertiva sobre o ideal de igualdade e o funcionamento das instituições políticas:

“São verdades incontestáveis para nós; todos os homens nascem iguais; o Criador lhes conferiu certos direitos inalienáveis, entre os quais os de vida, o de liberdade e o de buscar a felicidade; para assegurar esses direitos se constituíram homens-governo cujos poderes justos emanam do consentimento dos governados; sempre que qualquer forma de governo tenda a destruir esses fins, assiste ao povo o direito de mudá-la ou aboli-la”

Em contrapartida, o documento francês aborda a relação do indivíduo com o Estado da seguinte forma:

“A lei é a expressão da vontade geral; todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente ou por seus representantes, à sua formação; ela deve ser a mesma para todos, seja protegendo, seja punindo. Todos os cidadãos, sendo iguais a seus olhos, são igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo sua capacidade e sem outras distinções que as de suas virtudes e de seus talentos.”

Por meio desses dois trechos, a semelhança ideológica desses processos históricos fica mais clara. A ideia de que as instituições políticas têm origem humana e devem ser moldadas de acordo com o interesse daqueles que são controlados por elas fica evidenciada. Além disso, o imprescindível respeito à vontade dos governados também convive com o ideal de que um governo só poderia ser legítimo no momento em que garantia a felicidade daqueles que representava.

Dessa forma, a visão simplista de que os soldados franceses apenas transferiram o projeto político norte-americano para sua terra natal acaba sendo resolvido. Ao mesmo tempo, podemos conferir, por meio da própria leitura da documentação histórica existente, como se delineava as visões políticas dos participantes de cada uma dessas experiências históricas do século XVIII.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Guerra da Independência dos Estados Unidos (1775 - 1781)


... continuando o post anterior...
Os Estados Unidos era formado por treze colônias, que eram divididas em colônias do norte e colônia do sul.

O comércio colonial tornou-se uma concorrência para o comercio metropolitano, trazendo algumas intrigas entre eles, o que ocasionou na emancipação das treze colônias.

A França, que havia vencido a guerra dos sete anos, tinha um domínio parcial sob as terras do Império Colonial Francês, que eram as terras do oeste das treze colônias americanas.

Foi decidido pelo Parlamento inglês, que os habitantes das colônias, deveriam bancar parte dos custos da guerra. Tudo, com a intenção de ampliar os valores e os direitos da Coroa sobre a América.

Os colonos não aceitavam as propostas do Parlamento Inglês, pois estavam exigindo que eles abrigassem e fornecessem transporte para as tropas que chegavam à colônia.

No ano de 1773, ocorreu um ataque que ficou conhecido como a festa do Chá de Boston, que foi ocasionado devido a Lei do Chá, a qual dava o direito de posse do comércio do chá para a Companhia das Índias Orientais. Comerciantes se passaram por índios mohankws no porto de Boston e devastaram trezentas caixas de chá que haviam sido tiradas do barco.

Esta ação dos comerciantes levou os ingleses, no ano de 1774, a proclamarem as Leis Intoleráveis.

O Primeiro Congresso Continental a Filadélfia, enviou um requerimento ao Parlamento Inglês, depois de ser convocado. Ele pedia a anulação das Leis Intoleráveis, em respeito aos colonos.

No ano seguinte, mais um ataque ocorreu, levando a morte de colonos, e finalmente começaram a se organizarem de uma maneira civilizada.

Assim inicia-se a guerra pela independência, ainda em 1775. Os representantes reuniram-se no Segundo Congresso Continental de Filadélfia, onde constataram a necessidade de se organizarem disciplinadamente, assegurando os direitos dos colonos. G. Washington liderava as tropas e Thomas Jefferson a liderava a comissão encarregada de redigir a Declaração de Independência.

Os Estados Unidos se torna independente em julho de 1776, depois de batalhas dos colonos americanos e franceses contra os ingleses. No Tratado de Paris em 1783, foi confirmada a independência americana.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A Independência dos Estados Unidos



A Inglaterra continuou baixando leis para arrecadar tributos e combater o contrabando.

Com base em idéias iluministas, as 13 colônias organizaram em 1774 o 1º congresso da Filadélfia, onde foi redigida a declaração dos direitos dos colonos. O documento dizia que eles, como cidadãos ingleses, não podiam ser taxados sem serem consultados.

A Inglaterra considerou as colônias em estado de rebelião e baixou em 1775 o ato restritivo, proibindo o comércio com outros países, sob pena de apreensão de navios.

Surgiram os primeiros choques armados. Em Lexington, a 10 de abril de 1775. Os britânicos foram derrotados, sofrendo mil baixas. A 4 de julho de 1776 lançaram a declaração de independência, redigida por Thomas Jefferson, e passaram a arrecadar recursos para a formação de um exército, cujo o comando foi entregue a George Washington, um rico proprietário do sul.

Embora proclamada oficialmente, levou alguns anos para ser conquistada de fato. O exército americano não estava suficientemente organizado e não tinha recursos financeiros para enfrentar ingleses.

Seu grande trunfo eram as ações de sabotagem. Franklim pediu reforço na França e na Espanha. Isolada e derrotada, a Inglaterra acabou reconhecendo a independência.

Após adotada uma constituição, o primeiro presidente foi George Washington.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Lutas pernambucanas: Confederação do Equador


Conflitos na Historia do Brasil - Império - Primeiro Reinado

A Confederação do Equador foi um movimento revolucionário, de caráter emancipacionista ou autonomista e republicano ocorrido em 1824 na região de Pernambuco no Nordeste do Brasil. Representou a principal reação contra a tendência absolutista e a política centralizadora do governo de D. Pedro I (1822-1831), esboçada na Carta Outorgada de 1824, a primeira Constituição do país.
O tom autoritário e elitista impresso desde o início do governo de Dom Pedro I, instalou um clima de insatisfação no interior de diversas províncias do Brasil. A dissolução abruta da assembléia de 1824, fez com que muitos líderes políticos locais se opusessem às exigências imperiais. Na região nordeste, essa questão era ainda mais delicada quando levamos em conta as constantes crises econômicas que assolaram as províncias nordestinas, principalmente devido à estagnação da economia açucareira.
Foi nesse contexto de miséria e disputa pelo poder que em Pernambuco estabeleceu-se um movimento contrário aos ditames de Dom Pedro I. Na época, a dissolução da Assembléia foi seguida pela deposição do então governador Manuel de Carvalho Paes de Andrade. Depois de perder o seu cargo, Paes de Andrade rapidamente mobilizou forças para organizar um movimento separatista na região nordeste. Seria criado um novo Estado com o nome de Confederação do Equador.
Em pouco tempo, a revolta nascida em Pernambuco ganhou apoio das províncias do Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará. Instaurado entre as populações urbanas do nordeste, a Confederação defendia a criação de um governo republicano. Entre suas primeiras medidas, o movimento decretou o fim do tráfico negreiro e o recrutamento militar obrigatório das populações subordinadas ao novo governo. As lideranças populares da Confederação – representadas por Frei Caneca, Cipriano Barata e Emiliano Munducuru – ainda exigiam reformas mais radicais semelhantes as da Revolução Haitiana.
Entre outras propostas, as alas populares da Confederação do Equador sonhavam com a criação de um governo controlado pelas camadas populares e o fim da escravidão. Em contrapartida, as elites agrárias participantes do movimento discordavam com tais medidas e, logo em seguida, desertaram da ação antiimperial. A cisão interna do movimento seria o triunfo necessário para que as tropas de Dom Pedro I pudessem combater o levante nordestino.
Obtendo empréstimos com a Inglaterra, Dom Pedro I formou um exército comandado por Francisco Lima e Silva e contratou os serviços do mercenário britânico lorde Cochrane. Em setembro de 1824, um bloqueio naval pressionou os confederados. Em terra, as elites dissidentes formaram milícias que auxiliaram no fim da Confederação do Equador. Sem muitas opções, Paes de Andrade conseguiu refugiar-se na Inglaterra. No entanto, outros líderes separatistas não tiveram a mesma sorte e acabaram sendo mortos pelas autoridades imperiais.
Um tribunal dirigido pelo próprio Francisco Lima e Silva julgou e condenou dezesseis revoltosos. Entre os condenados estava Frei Caneca, que foi sentenciado à morte por enforcamento. No entanto, os responsáveis pela execução, sabendo da popularidade e da origem religiosa de Frei Caneca, negavam-se a cumprir a sentença. Com isso, sua pena foi mudada para a morte por fuzilamento.