Os horrores da guerra...
A tragédia que se abateu sobre a
aldeia basca de Guernica, em 1937, no auge da Guerra Civil Espanhola, indignou
o mundo. Atingidos por bombas e rajadas de metralhadoras, os moradores do
pequeno lugarejo viram dizimados quase que metade da população. A destruição da
aldeia fazia parte de um treinamento de guerra executado pela Luftwaffe alemã,
e servia para intimidar os inimigos do general Franco, cujas tropas estavam em
guerra com a esquerda do país.
Pelas ruas de Guernica, em meio
aos escombros, milhares de mortos jaziam insepultos, e centenas de feridos
contemplavam o horror. A repercussão do ataque a Guernica correu o planeta. Foi
tão negativa, que Franco em vez de usar o fato para intimidar os guerrilheiros
rebeldes, culpou-os, tentando imputar-lhes a autoria do bombardeio. Ante tão
imensa tragédia, ninguém quis assumir as responsabilidades.
Jornais e revistas da época
registraram o banho de sangue. Mas nenhum registro foi tão contundente e
definitivo quanto o de Pablo Picasso, em sua obra “Guernica”, um painel
de 350 cm por 782 cm. Pintado a óleo, com cores em preto e branco e cinza, foi
feita por ocasião da Exposição Internacional de Paris, em 1937. Na pintura,
Pablo Picasso revela toda a indignação e repulsa pelo sucedido a Guernica e aos
seus habitantes.
Retrato pungente, com figuras ao
estilo dos frisos e das tumbas dos templos gregos, dimensionado pelo
enquadramento triangular das alegorias. O resultado gera nos observadores, uma
sensação de mal-estar, diante do horror cubista. É um grito do sangue
derramado. Ao ser exposta, a obra suscitou o menosprezo das pessoas, que a
tinham como repulsiva e pouco compreensível.
Com o tempo, “Guernica”
tornou-se símbolo de protesto contra a violência e a barbárie das guerras. É
uma manifestação da cultura contra a violência, difundida em todo o mundo. O
painel foi levado para Nova York, onde lá permaneceu, proibido de retornar à
Espanha, por ordem do próprio Picasso, até que o franquismo fosse extinto e a
democracia restaurada. Com o fim da ditadura espanhola, em 1975, a obra
retornaria ao país em 1981, sendo tida como o último exilado. Em 1992, foi
definitivamente para o Museu Reina Sofia, em Madrid.
Pungente, sua beleza estética
diluí-se diante do horror que retrata, “Guernica” é a própria repulsa da
arte às atrocidades dos homens e dos seus regimes opressivos. É o retrato de
uma civilização que se fez armada e poderosa, mas que ruiu diante das suas
ideologias totalitaristas. “Guernica” é a arte contra a guerra.
3 comentários:
A história de guernica foi realmente triste sabendo que teve todas as mortes em vão. foi um bombardeio devastador e ignorante, tudo para ganhar uma maior economia no globo e mais território e o painel guernica de Pablo Picasso retrata todo esse sofrimento
A história de guernica foi realmente triste sabendo que teve todas as mortes em vão. foi um bombardeio devastador e ignorante, tudo para ganhar uma maior economia no globo e mais território e o painel guernica de Pablo Picasso retrata todo esse sofrimento
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