sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Guernica na Guerra Civil Espanhola



Os horrores da guerra...

A tragédia que se abateu sobre a aldeia basca de Guernica, em 1937, no auge da Guerra Civil Espanhola, indignou o mundo. Atingidos por bombas e rajadas de metralhadoras, os moradores do pequeno lugarejo viram dizimados quase que metade da população. A destruição da aldeia fazia parte de um treinamento de guerra executado pela Luftwaffe alemã, e servia para intimidar os inimigos do general Franco, cujas tropas estavam em guerra com a esquerda do país.

Pelas ruas de Guernica, em meio aos escombros, milhares de mortos jaziam insepultos, e centenas de feridos contemplavam o horror. A repercussão do ataque a Guernica correu o planeta. Foi tão negativa, que Franco em vez de usar o fato para intimidar os guerrilheiros rebeldes, culpou-os, tentando imputar-lhes a autoria do bombardeio. Ante tão imensa tragédia, ninguém quis assumir as responsabilidades.

Jornais e revistas da época registraram o banho de sangue. Mas nenhum registro foi tão contundente e definitivo quanto o de Pablo Picasso, em sua obra “Guernica”, um painel de 350 cm por 782 cm. Pintado a óleo, com cores em preto e branco e cinza, foi feita por ocasião da Exposição Internacional de Paris, em 1937. Na pintura, Pablo Picasso revela toda a indignação e repulsa pelo sucedido a Guernica e aos seus habitantes.

Retrato pungente, com figuras ao estilo dos frisos e das tumbas dos templos gregos, dimensionado pelo enquadramento triangular das alegorias. O resultado gera nos observadores, uma sensação de mal-estar, diante do horror cubista. É um grito do sangue derramado. Ao ser exposta, a obra suscitou o menosprezo das pessoas, que a tinham como repulsiva e pouco compreensível.

Com o tempo, “Guernica” tornou-se símbolo de protesto contra a violência e a barbárie das guerras. É uma manifestação da cultura contra a violência, difundida em todo o mundo. O painel foi levado para Nova York, onde lá permaneceu, proibido de retornar à Espanha, por ordem do próprio Picasso, até que o franquismo fosse extinto e a democracia restaurada. Com o fim da ditadura espanhola, em 1975, a obra retornaria ao país em 1981, sendo tida como o último exilado. Em 1992, foi definitivamente para o Museu Reina Sofia, em Madrid.

Pungente, sua beleza estética diluí-se diante do horror que retrata, “Guernica” é a própria repulsa da arte às atrocidades dos homens e dos seus regimes opressivos. É o retrato de uma civilização que se fez armada e poderosa, mas que ruiu diante das suas ideologias totalitaristas. “Guernica” é a arte contra a guerra.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A Guerra Civil Espanhola



Guerra Civil Espanhola em detalhes
A guerra civil espanhola teve sua origem entre 1929 e 1936, um período crítico na economia espanhola, que, proporcionava muitas greves e manifestações da direita e esquerda.

A população contestou com a nova ditadura, do ano de1923,  e o governo ficou desamparado em 1930.

No ano seguinte, Niceto Alcalá Zamora e Manuel Azaña, assumem o poder e determinam o direito do voto.

Manuel Azaña é eleito presidente do país, no ano de 1936, e militares desgostosos com seu governo planejam um golpe militar para distanciá-lo da presidência. 
O general Francisco Franco assume o poder, finalizando a República Socialista.

Os republicanos, que lutavam pela permanência do governo de Azaña, legalmente constituído, receberam apoio da União Soviética e de cerca de 60 mil comunistas e simpatizantes de esquerda de todo o mundo, que formaram as Brigadas Internacionais de voluntários. Embora apoiassem os republicanos, Inglaterra e França optaram por uma política de não-intervenção.

Franco, juntamente com republicanos, socialistas e comunistas, pede ajuda a Adolf Hitler e Benito Mussoline.

No ano de 1936, Madri é atacada por rebeldes, orientados pela Itália e Alemanha. E depois disso, houve outro ataque comandado por Franco, que assumiu o poder desta cidade até que em 1939 foi tomada pelos nacionalistas falangistas.

Em 26 de Abril de 1937, Guérnica foi vitima de bombardeamentos, e totalmente destruída por parte de aviões alemães por ordem do General Franco. Dos 7000 habitantes, 1654 foram mortos e 889 feridos.

Em 1938, os falangistas que estavam sob o poder de Franco, dominavam grande parte da Espanha, mas Stalin vendo o grande avanço dos republicanos juntou-se com Hitler, que se retirou, juntamente com suas tropas, do país.

Após três anos de lutas, com cerca de um milhão o número de mortos, em março de 1939, foi estabelecido o regime autoritário do Generalíssimo Franco, já que a Frente Popular não tinha mais como continuar lutando na guerra e foi destruída. Franco se preservou no poder até a sua morte, em 1975.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O Fascismo brasileiro


Fascismo no Brasil

O Brasil, como é sabido, não ficou a margem do movimento fascista. Vários grupos simpatizantes já haviam se organizado em legiões nos anos 20, inspirados em Mussolini, no entanto foi preciso esperar o ano de 1932, quando o escritor e jornalista Plínio Salgado (ex-integrante do Movimento Pau-brasil) fundou a A.I.B. (Ação Integralista Brasileira), em São Paulo, a qual, nos anos trinta, tornou-se "o primeiro partido político brasileiro com implantação nacional" [H.Trindade, pag. 9]

No Brasil, visto suas características miscigenadas, o integralismo assumiu com mais ênfase o anticomunismo e não o racismo ou o anti-semitismo ( 65% dos militantes aderiram ao movimento por serem anticomunistas e somente 5% por sua posição anti-semita [H.Trindade, pag. 161]). Também marcou-o uma inclinação pela religiosidade que não encontramos nem no fascismo italiano e muito menos no neopaganismo nazista. Tanto é que o "Manifesto de Outubro" de 1932, redigido por Plínio Salgado, Chefe Nacional do Integralismo, inicia-se com a frase "Deus dirige os destinos dos povos".

Advogava o advento da "Quarta Humanidade" uma era que integrasse - daí o Integralismo - as etapas anteriores da história humana ( o sentimento de Cosmo da primeira, a iluminação pelo Verbo Divino da segunda, e o senhor dos elementos da terceira) para chegar ao Homem Integral gerado pela futura "Revolução Integral". O lema adotado foi o conservadoríssimo "Deus-Pátria-Família". Trindade diz que o personagem literário, o filósofo Mandaratuba, um pensador ultra-nacionalista e patriota, crente no corporativismo, fascinado pelos heróis e temerosos dos "bárbaros", criado por Plínio Salgado, é uma "caricatura autobiográfica" do próprio autor.

Organizavam-se em "legiões" e subdividiam-se em "bandeiras" e "terços" e cumprimentavam-se bradando "anauê", com o braço estendido a la romana. Chegaram a anunciar a militância de 500 mil de homens e mulheres. Tinham, devido a sua formação disciplinada e gosto pela hierarquia e pelo uniforme, muita simpatia por parte das Forças Armadas, especialmente entre os oficiais da Marinha, a mais conservadora das três forças.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Fascismo...o que é?



Fascismo 


É a denominação que se dá ao regime político que surgiu na Europa entre 1919 e 1945, portanto, no intercurso das duas grandes guerras mundiais (I Guerra Mundial e II Guerra Mundial). É considerado um regime de direita e suas características básicas são: o totalitarismo, o nacionalismo, o idealismo e o militarismo.


De modo geral o fascismo é identificado como o regime implantado por Benito Mussolini na Itália no período do pós-guerra. Contudo, ainda que a Itália seja o berço dessa ideologia, a Europa viveu sob ameaça de expansão deste regime durante toda a década de 1930. O fenômeno fascista estendeu-se para outros países europeus como Espanha (Francisco Franco), Portugal (Salazar), entre outros.


Os italianos eram um povo que possuía um extremo sentimento de nacionalismo. Sua identidade enquanto nação era determinada pela unidade de raça, língua, cultura e território. Este sentimento de nacionalidade foi profundamente atingido – no período do pós-guerra – pelo não cumprimento integral das promessas por parte dos Aliados da guerra. A I Guerra Mundial trouxera conseqüências desastrosas para a Itália, o país encontrava destroçado e os Aliados recusaram-se a cumprir os acordos feitos. Os italianos sentiram-se humilhados e foi deste sentimento de nacionalismo ferido que se estruturou na Itália o regime fascista.


Em meio às agitações do período, provocadas pela profunda crise econômica que a Itália vivia – situação que se agravava pelas greves e manifestações de trabalhadores insatisfeitos – Benito Mussolini, antigo agitador social, é convocado para chefiar o país. Encarregado de organizar um novo gabinete Mussolini dissolveu partidos de oposição e assumiu o comando do país.


Apesar de ter origem oficialmente em 1919, o fascismo torna-se conhecido a partir de 1922, quando Mussolini chega ao poder. Um mês depois de assumir o comando do estado italiano, o Parlamento lhe concederia plenos poderes enquanto governo. Benito Mussolini baseou o Estado fascista no corporativismo, no intervencionismo econômico por parte do Estado e também no expansionismo militarista. Mussolini permaneceu no poder até 1943. Foram, portanto, 21 anos de governo sob o regime fascista, resumido por Benito Mussolini da seguinte forma: “Tudo para o Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado”.


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Revolução Russa: 90 anos depois - balanço e legado

Revolução Russa, 90 anos depois - Balanço e legado

Quais seriam as principais lições e legados da experiência russa de 1917? Um tema amplo, mas que pode ser abordado especialmente com a necessária distância histórica que estes 90 anos nos deram.

Primeiramente, se a Revolução Francesa de 1789 dividiu o mundo político entre ‘direita’ e ‘esquerda’, a experiência soviética dividiu a esquerda entre os ‘reformistas ou gradualistas’ e os ‘revolucionários’. Até então, aqueles que reivindicavam o socialismo geralmente habitavam as mesmas organizações políticas. O modelo soviético, eternizado na consolidação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), seria referência para boa parte da esquerda durante o século XX assim como a perspectiva do poder popular e a expressão conselhista de democracia exercida diretamente influenciou até mesmo regimes liberais na atualidade.

Durante o século XX, ainda, o temor da experiência soviética espalhada em outros países era permanente. Uma das principais expressões disso foi a chamada ‘Guerra Fria’, mas também esteve em todo o planeta na educação, na disseminação ideológica e nas disputas da ‘melhor forma de viver’. Para os socialistas, ao lado desta grande vitória, restaram inúmeras lições. Uma das mais fortes foi a impossibilidade do socialismo em um só país. Mesmo com crises capitalistas, não ocorreram grandes processos revolucionários embalados pela vitória russa. Insurreições derrotadas na Europa, a Revolução Mundial que não veio, a invasão da Rússia por uma coligação conservadora de dezenas de países, os conflitos internos e a perda de inúmeros quadros de alto gabarito foram fatores que levaram a Revolução Russa a certo esgotamento político a partir do final dos anos 1920.

A partir daí, ocorreu a consolidação de uma forte burocracia estatal que substituiu o poder soviético original. O Partido deixou de ser instrumento e se tornou um fim em si, acima da organização popular confundindo-se com o próprio Estado. Junto a isso, a idéia de socialismo combinado com liberdade virou uma espécie de sacrilégio político, pois a liberdade para a burocracia socialista era um valor da pequena burguesia e do liberalismo.

Triste engano que a história cobrou seu preço, pois a limitada liberdade capitalista acabou sendo um referencial para boa parte do povo que viveu sob o julgo soviético. São lições que boa parte da esquerda ainda não aprendeu. De qualquer forma, este quadro não impediu um extraordinário avanço social e cultural deste povo, um dos maiores consumidores de leitura em todo o planeta e que antes de 1917 se encontrava em boa parte iletrado. São méritos da organização econômica fora da anarquia do mercado.

A Revolução Russa polarizou seus defensores, críticos e ardorosos inimigos. Sua herança política permanece, mesmo que nenhum país atualmente se aproxime do modelo soviético original. No inconsciente de muitos, as lembranças desta experiência ainda causam temor, nostalgia ou ainda a esperança de sua renovação no século XXI.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Revolução Russa

A Revolução Russa em xeque

Movimento social ocorrido na Rússia em 1917 que levou ao poder pela 1ª vez na história a classe operaria implantando o socialismo de Karl Mark.

Características Gerais: Causas:
Empobrecimento do povo russo notadamente no campo
Fome, gravíssimas injustiças sociais
Abraso tecnológico e militar
Entrada da Rússia na 1ª guerra mundial e as sucessivas derrotas
O fraco poder da Duma
A criação do soviets
A Revolução de fevereiro de 1917 se mostrou ineficaz
A divisão do movimento operário russo em mecheviques e bolcheviques

Principais acontecimentos e características
Lênin defende em abril todo poder aos soviets e paz, terra e pão
Trotsky organiza o exercito vermelho
Os bolcheviques tomam o poder a 25 de outubro
O comunismo de guerra bolcheviques X brancos
A saída da Rússia da 1ª Guerra Mundial (Brest-Litovsk)
A NEP doses de capitalismo no socialismo
A morte de Lênin e o confronto Stalin X Trotsky
Criação dos planos qüinqüenais Stalin o consolidador da URSS e “traidor” da causa socialista Guerra fria
Decadencia Glasnort e a Perestroika
Fim da URSS

Conseqüências:
Fortalecimento dos movimentos operários em todo mundo inclusive no Brasil
Criação de partidos comunistas em todo mundo inclusive no Brasil (1922)
Implantação do socialismo na China e em outros paises do mundo
Criação por parte da burguesia da idéia do perigo vermelho em todo mundo
Tentativa em varias partes do mundo da implantação de governos socialistas

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

E se a Reforma Protestante não tivesse ocorrido? parte 2

E continuando o post anterior...

Trevas, reloaded

Sem a Reforma, ideais iluministas de liberdade e igualdade seriam sufocados pelo medo e pela opressão da Igreja. Assim a Revolução Francesa teria que esperar, e Igreja e Estado absolutista continuariam de braços dados por mais tempo. Já a Inglaterra católica não teria se desenvolvido economicamente nem estendido seus domínios pelo mundo. Quem ganharia seria o Sacro Império Romano-Germânico e sua aliada Espanha da Inquisição.

Só o Papa salva
Qualquer pessoa, segundo os protestantes, pode alcançar a salvação por conta própria, sem intermediários. Se não tivesse ocorrido a Reforma, essa ideia não existiria e continuaria prosperando o comércio de indulgências - taxas cobradas pela Igreja em troca do perdão dos pecados. E Roma lucraria rios de ouro com a peregrinação de fiéis em busca das bênçãos divinas.

Mais virgens
A história dos EUA é a de protestantes em busca de liberdade religosa. Sem eles, a América do Norte se dividiria entre colônias francesas, no Canadá e interior dos EUA, e espanholas, na costa leste (a Nova Espanha) e na faixa do Texas à Califórnia (parte do México). E, como em outros países católicos, nativos encontrariam na Nova Espanha uma imagem da Virgem Maria, que viraria padroeira do país.

Bento15 e a última cruzada
Com a decadência do Império Otomano no início do século 20, o Sacro Império Romano-Germânico (que, sem as Guerras Napoleônicas, não teria se dissolvido) poderia ressuscitar as Cruzadas e tomar a Terra Santa. Mas a região não viveria em paz, com palestinos tentando retomar sua terra.

Sí, ¿como no?
Esqueça o inglês e o alemão - eles só se desenvolveram depois que a Reforma abriu caminho para o nacionalismo. Sem elas, línguas neo-latinas predominariam - e, aliada ao Sacro Império Romano-Germânico, a Espanha expandiria seus domínios e sua língua pelo mundo.

Lucro? Deus me livre!
A ideia do trabalho metódico e do acúmulo de recursos veio com o protestantismo, cuja ética acelerou o capitalismo moderno. Sem a Reforma, provavelmente a economia se desenvolveria a passos lentos, e a Revolução Industrial teria que esperar. Poderíamos até ter resquícios de antigas formas de comércio, como o escambo. O catolicismo também manteria a aura de santidade na pobreza.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

E se a Reforma Protestante não tivesse ocorrido?

Se o monge Martinho Lutero não fosse contra o papa, a Alemanha seria a maior potência mundial e não haveriam guerras.

Dizem que ele não tinha a intenção. Mas, em 1517, quando o monge alemão Martinho Lutero se revoltou com os rumos do catolicismo e propôs uma reforma na Igreja, acabou mudando o destino do mundo inteiro.

Naquela época, reis, príncipes e duques estavam insatisfeitos em prestar obediência ao
papa, por isso, aproveitaram o movimento para proclamar sua independência não só religiosa mas também política. Eles viraram protestantes, brigaram com Roma e, de quebra, apossaram-se das terras da Igreja e criaram seus próprios reinos independentes.

"Foi assim que o nacionalismo ganhou força, monarquias se desenvolveram e línguas e culturas nacionais puderam finalmente ganhar espaço", conta o teólogo Haroldo Reimer, professor da PUC de Goiás. Sem a
Reforma, no entanto, a Igreja Católica continuaria a mandar na Europa, contando com o apoio do seu braço forte, o Sacro Império Romano-Germânico, da família alemã dos Habsburgos.

"A Alemanha, na figura do império e com a bandeira
católica, teria conseguido se expandir cada vez mais, unificando os reinos europeus no século 16, e se tornaria a maior potência mundial", conta o historiador Wilson Maske, professor da PUC do Paraná.

O lado bom: não teria havido a 1ª Guerra, o nazismo nem a 2ª Guerra. "Esses conflitos foram deflagrados pelo atraso da unificação alemã e pela sua frustração por não ser uma grande potência", explica Wilson.

O lado ruim: alguns países nem sequer existiriam - como os EUA. O Holocausto não teria acontecido, mas judeus sumiriam: seriam convertidos à força pela Inquisição. E o destino do Brasil não seria muito diferente - com exceção da nossa diversidade religiosa. Em vez de vários credos, haveria apenas o catolicismo.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Legado napoleônico

Código napoleônico: modelo para o mundo ocidental

No início de seu governo, Napoleão nomeou uma comissão para reunir em uma única lei tudo o que as leis francesas determinavam sobre a pessoa, a família e a propriedade de bens. A lei, aprovada em 1804 e chamada de Código Civil ou Napoleônico, seria adotada como modelo por diversos países.

Apesar de o princípio da igualdade perante a lei, proposto pela Revolução, ter sido mantido no novo código, a inferioridade da mulher quanto a certos direitos permanecia de fato. O Código Napoleônico previa, por exemplo, que o marido tinha autoridade sobre a esposa, que não podia dispor dos próprios bens, os quais deveriam ser administrados pelo marido.

Cresce a popularidade de Napoleão

Napoleão fundou escolas, reorganizou a administração pública, controlou a inflação adotou medidas que favoreceram o crescimento da indústria, como as tarifas alfandegárias protecionistas e os empréstimos oferecidos aos empresários. Também construiu e reformou estradas, pontes e canais, o que deu grande estímulo ao comércio. Com isso, a burguesia aumentava seus lucros e crescia o número de empregos na França.

Napoleão cuidou para que o preço do pão se mantivesse baixo, para que não ocorressem rebeliões populares como as que tinham acontecido ao longo da Revolução. Também confirmou o direito dos camponeses à propriedade das terras que tinham sido tomadas da nobreza.

As decisões de Napoleão o tornaram bastante popular. Aproveitando-se da situação, tomou medidas para aumentar o próprio poder. Em 1802, por meio de um plebiscito, foi autorizado a tornar seu mandato vitalício. Não satisfeito, dois anos depois realizou um novo plebiscito e obteve a aprovação dos franceses para se tornar imperador, com o título de Napoleão I.


sexta-feira, 29 de julho de 2011

O significado da época napoleônica

Guerra e transformações na Europa

Em 1799, surgiu na política europeia uma das figuras mais conhecidas da história: Napoleão Bonaparte. Fazia dez anos que a Revolução Francesa havia começado, e os franceses estavam bastante descontentes com a situação de seu país. A indústria e o comércio estavam em crise, a inflação elevava os preços e os gastos com a guerra consumiam os recursos nacionais.

Quando o general Napoleão chegou ao poder, graças a suas grandes realizações nos campos de batalha, muitos o viram como um líder que poderia restabelecer a ordem na França. Durante quinze anos, ele governaria a França de forma ditatorial.

Napoleão terminou ou expandiu a Revolução?

Considerar se Napoleão foi ou não o continuador da Revolução é uma questão que tem dividido a opinião dos historiadores. Aqueles que o definem como um revolucionário contam com muitas evidências em seu favor. Podem afirmar, por exemplo, que durante o governo de Napoleão: foi instituído o Código Civil; foram continuadas as reformas administrativas e educacionais iniciadas durante o período revolucionário; garantiu-se aos camponeses a propriedade das terras recebidas.

Num sentido mais geral, a época napoleônica contribuiu para espalhar os ideais iluministas em outros países e favoreceu os interesses da burguesia e do capitalismo.
Por outro lado, é possível argumentar que Napoleão negou os ideais de liberdade e fraternidade, lemas da Revolução Francesa, quando: impôs um regime despótico na França e a dominação francesa a outros países; restabeleceu a escravidão nas colônias francesas, que havia sido abolido durante período revolucionário.


sexta-feira, 22 de julho de 2011

Pioneirismo português

A Penetração portuguesa no mundo asiático

No Oriente, os portugueses encontraram povos com civilizações e culturas bastante desenvolvidas como Hindus, Chineses e Japoneses.
A descoberta do caminho marítimo para a Índia abriu uma nova rota, a rota do Cabo, através da qual os Portugueses traziam para a Europa as especiarias orientais.

O comércio das especiarias nunca foi completamente controlado pelo nosso país, devido à concorrência de Turcos e Muçulmanos, que faziam chegar os produtos orientais à Europa através do Golfo Pérsico e Mar Vermelho. Para enfrentar este e outros problemas, foram nomeados vice-reis para a Índia.
D. Francisco de Almeida foi o primeiro vice-rei da Índia; entendia que o domínio português naquela região deveria ser feito através de uma poderosa presença naval, que controlasse as principais rotas comerciais;
D. Afonso de Albuquerque, segundo vice-rei da Índia, optou por uma política de domínio territorial, conquistando as cidades de Goa, Ormuz e Malaca, portos estratégicos no comércio do Oriente.
Os Portugueses expandiram o seu domínio por todo o Oriente, fundando feitorias e missões. A partir dos contactos ai estabelecidos, tentou influenciar-se os povos locais, no sentido da transmissão da cultura europeia. No entanto, como já foi referido, as civilizações dos povos orientais tinham raízes culturais muito profundas, o que fez com que a cultura de que os portugueses eram portadores não fosse bem aceite, apesar de se verificar alguma aculturação no domínio das técnicas de construção e produção.

Destes contactos, resultou para os Portugueses um enriquecimento da sua cultura nos seguintes domínios: literatura, ciências, artes decorativas e hábitos alimentares.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Expansão Marítima Europeia

A Expansão Marítima Europeia

A expansão marítima européia, processo histórico ocorrido entre os séculos XV e XVII, contribuiu para que a Europa superasse a crise dos séculos XIV e XV.

Através das Grandes Navegações há uma expansão das atividades comerciais, contribuindo para o processo de acumulação de capitais na Europa.

O contato comercial entre todas as partes do mundo (Europa, Ásia, África e América ) torna possível uma história em escala mundial, favorecendo uma ampliação dos conhecimento geográficos e o contato entre culturas diferentes.

Portugal sai na frente: interesses e possibilidades

Interesses:

Monarquia - desejava fortalecer seu poder e construir um império através da conquista de novas terras e do controle de vasta rede comercial.
Nobreza - desejava, através da expansão territorial, conquistar terras, riquezas, títulos e mais prestígio.
Igreja - desejava expandir a fé católica e aumentar o número de fiéis.
Burguesia - desejava, através da expansão territorial e do contato com outros povos, aumentar as atividades comerciais e os lucros.
'Povo Miúdo' - desejava novas possibilidades de trabalho, ascensão social, aventuras e enriquecimento rápido.

Possibilidades:

Favorável posição geográfica, sendo Portugal o reino mais ocidental da Europa;
Transferência das rotas comerciais terrestres, pelo interior do continente, ligando o Mediterrâneo ao norte da Europa, para o Atlântico, transformando Portugal em importante entreposto comercial;
Grande difusão de idéias mais avançadas a respeito de navegação;
Larga difusão, no litoral português, da atividade pesqueira, que possibilitou uma maior familiarização com o Oceano Atlântico, conhecido até então como Mar Tenebroso;
Existência de um poder centralizado e de um Estado unificado, sem dissensões internas;
Ascensão social da burguesia mercantil, beneficiada por alianças e acordos de interesse mútuo estabelecidos com a coroa portuguesa.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Economia fenícia: uma economia marcada pelo comércio

Economia Fenícia: Uma economia marcada pelo comércio

A principal atividade econômica dos fenícios era o comércio. Em razão dos negócios comerciais, os fenícios desenvolveram técnicas de navegação marítima, tornando-se os maiores navegadores de Antiguidade. Desse modo, comerciavam com grande número de povos e em vários lugares do Mediterrâneo, guardando em segredo as rotas marítimas que descobriam.

Considerável parte dos produtos comercializados pelos fenícios provinha de suas oficinas artesanais, que dedicavam à metalurgia (armas de bronze e de ferro, jóias de ouro e de prata, estátuas religiosas). à fabricação de vidros coloridos e à produção de tintura de tecidos (merecem destaque os tecidos de púrpura). Por sua vez, importavam de várias regiões produtos como metais, essências aromáticas, pedras preciosas, cavalos e cereais. Tiro era a principal cidade que se dedicava ao comércio de escravos, adquirindo prisioneiros de guerra e vendendo-os aos soberanos do Oriente próximo.

Expandindo suas atividades comerciais, os fenícios fundaram diversas colônias que, a princípio, serviam de bases mercantis. Encontramos colônias fenícias em lugares como Chipre, Sicília, Sardenha e sul da Espanha. No norte da África, os fenícios fundaram a importante colônia de Cartago.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Alfabeto fenício: legado cultural para a humanidade

Alfabeto Fenício: legado cultural para a humanidade

A invenção do alfabeto é uma revolução na história da escrita. Alfabetos são sistemas de escrita puramente fonéticos, ou seja, cada símbolo representa um som (ou mais de um). O alfabeto é um sistema totalmente abstrato, ou seja, uma convenção. Não há ligação entre os significados e a representação gráfica do texto. Um mesmo alfabeto pode ser adaptado e utilizado para quaisquer línguas. É um sistema simples e democrático, porque sua aprendizagem está ao alcance de todos. O primeiro alfabeto conhecido é o fenício, que deu origem a quase todos os outros.

Em função dos diversos contatos comerciais que mantinham com diferentes povos, os fenícios sentiram necessidade de um meio prático para facilitar a comunicação. Pressionados por essa necessidade, os fenícios desenvolveram uma das mais fabulosas invenções da história humana: o alfabeto O alfabeto fenício era composto por 22 sinais, sendo, mais tarde, aperfeiçoado pelos gregos, que lhe acressentaram outras letras. O alfabeto grego deu origem ao alfabeto latino, que é o mais utilizado atualmente.

Nascimento: Entre os séculos XIII e XI a.C.

Lugar onde surgiu:Oriente Médio, nas antigas cidade de Biblos e Tiro

Número de símbolos: 22

Algumas línguas que o utilizam: fenício e diversas outras línguas da Antiguidade, da região onde ele foi inventado.

Sentido de leitura: Da direita pra a esquerda

Funcionamento:Consonantal. Não está mais em uso, mas é o ancestral de quase todos os alfabetos e está na origem da línguas semíticas e da maior parte das línguas indo-europeias.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Um pouco da história da América

Compreensão do continente americano

O continente americano pode ser compreendido como um local marcado por duas histórias. A primeira delas, ainda pouco explorada, remete-se à compreensão da trajetória dos povos que habitaram e formaram as diversas civilizações e constituíram as primeiras civilizações no continente. A segunda tardia e ao mesmo tempo majoritária, fala de um local descoberto pelo espírito empreendedor dos europeus que “descobriram” as terras americanas no final do século XV.

A partir desse momento de encontro e conflito entre culturas – que ao longo do tempo envolveu europeus, índios e africanos – a identidade do continente americano tornou-se uma grande resposta sem conclusão. Vários projetos e movimentos intelectuais tentaram redigir uma proposta final capaz de trazer um espírito de comunhão ao tão extenso continente. Entre a europeização, o nativismo e a mestiçagem, os debates ainda tentam refletir a condição do americano e sua história.

O chamado “passado colonial” parece justificar diversas questões do presente. A subordinação sócio-econômica, a miséria, a violência e a corrupção são traços de uma perspectiva que traz a subordinação como condição constante nas diversas questões que envolvem o povo americano. No entanto, outros historiadores e filósofos procuram superar esse passado construído a partir de um olhar um pouco mais sensível à forma que conseguimos responder as nossas experiências e desafios.

Recentes pesquisas apontam o continente americano enquanto um espaço culturalmente híbrido. Em certa medida, formamos um caráter próprio de nossos hábitos e instituições. Sem amenizar os problemas enfrentados, essa nova corrente de compreensão histórica abandona a idéia sobre a presença de um “passado colonial” para pensar que o continente americano possui problemas e soluções elaborados de forma autônoma. Dessa forma, a América é um local único que não encerra sua dinâmica histórica na imitação do europeu civilizado ou na pureza do nativo libertado.